França e Espanha só fazem despistagem aos casos mais sérios.
Há poucos dias, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS),Tedros Adhanom Ghebreyesusdeu um conselho importante aos líderes de todo o mundo a propósito da COVID-19: "Testar, testar, testar".
Apesar do conselho, nem todos o estão a seguir. É o que acontece, por exemplo, em França, onde o governo decidiu que só as pessoas com saúde mais frágil, pacientes internados nos hospitais e profissionais de saúde seriam testados.
Por exemplo, Gwenaëlle, ergoterapeuta, mãe de dois filhos, foi diagnosticada com COVID-19 via telefone, sem nunca ter feito o teste: "O interesse de ter um despiste é que, quando acabar a minha baixa, dentro de uma semana, como sou profissional paramédica posso ser requisitada para trabalhar num estabelecimento médico-social. O teste permitir-me-ia estar mais descansada em relação a isso e em relação à minha família", conta.
O número de testes feitos em França aumentou. Segundo os dados do governo, foram feitos 40 mil até ao dia 15 de março. Já a Alemanha optou por fazer uma despistagem mais sistemática. Só numa semana foram feitos 100 mil testes, dentro dos automóveis. A Itália fez 124 mil despistes até ao dia 20, segundo os dados oficiais.
A Espanha está a seguir o exemplo francês e só está a fazer testes nos casos mais sérios, mas a tendência parece estar a mudar, em ambos os países. O ministro da Saúde de França, Olivier Véran, diz que o governo está a trabalhar com os fabricantes para que haja mais testes disponíveis para fazer quando terminar o confinamento, ou seja, quando o pico da doença tiver passado.