Polémica demissão do coordenador científico da UE

Polémica demissão do coordenador científico da UE
Direitos de autor Manu Fernandez/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Mauro Ferrari alegou falta de apoio à sua proposta para um projecto de grande envergadura para dar resposta à pandemia ao nível do diagnóstico e tratamento, porque, na União Europeia, os países querem fazer as coisas cada um por si.

PUBLICIDADE

Há apenas três meses no cargo de presidente do Conselho Europeu de Investigação, o prestigiado cientista Mauro Ferrari diz ter apresentado demissão, terça-feira, por se sentir frustrado com a falta de visão e de espírito solidário dos líderes da União Europeia.

Ferrari alegou falta de apoio à sua proposta para um projecto de grande envergadura para dar resposta à pandemia ao nível do diagnóstico e tratamento, porque, na União Europeia, os países querem fazer as coisas cada um por si.

Johannes Bahrke, um dos porta-vozes do executivo comunitário, disse que os factos desmentem essa acusação: “Acho importante realçar que a União Europeia apresentou um pacote de medidas muito abrangentes para combater o coronavírus e implementar diferentes instrumentos para encontrar as melhores soluções para esta crise. No que toca ao setor da investigação científica, já tive a ocasião de explicar, várias vezes, que distribuímos140 milhões de euros por 18 projetos que estão em desenvolvimento”.

As ideias de Mauro Ferrari eram muito controversas, admite um especialista em gestão científica.

“Ele propôs fazer uma reorganização bastante radical do Conselho Europeu de Investigação, a que presidia, de forma a direcionar o financiamento para esta crise. Essa proposta foi rejeitada pelo seu próprio conselho de administração e pela Comissão Europeia. Não foi uma surpresa, porque, em muitos aspectos, este organismo é o elemento do sistema científico menos apto para responder a uma emergência. E também não abona muito em seu favor ter decidido regressar aos EUA ”, explicou James Wilson, da Universidade de Sheffield, em entrevista à euronews.

Os outros membros da direção dizem ter votado uma moção de desconfiança por unanimidade antes de Ferrari se demitir.

O cientista tinha permissão para continuar ligado a uma universidade norte-americana, mas foi também acusado de ter interesses comerciais e de ter usado a atual situação com desculpa para regressar aos seus anteriores projetos.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Teste revela contaminação por coronavírus em 15 minutos

A luta pela vacina contra a Covid-19

OMS inicia testes em seres humanos na luta contra a Covid-19