Ministro da Saúde do Brasil pede discurso único contra o coronavírus

Health Minister Luiz Henrique Mandetta speaks during a press conference in Brazil
Health Minister Luiz Henrique Mandetta speaks during a press conference in Brazil Direitos de autor Joedson Alves/EPA
De  Lusa
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Luiz Henrique Mandetta considera que o discurso duplo do Governo confunde os brasileiros porque "eles não sabem se escutam o Ministro da Saúde" ou "se escutam o Presidente"

(Lusa) - Luiz Henrique Mandetta, o ministro da Saúde do Brasil, considera que o Governo deve adotar um "discurso único" para combater o novo coronavírus porque a população não sabe se deve ouvir a tutela ou o Presidente, que defende o fim do distanciamento social.

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"Espero que essa validação dos diferentes modelos para enfrentar essa situação seja comum e que possamos ter um discurso único e unificado", afirmou o ministro uma entrevista à rede Globo.

O ministro que é médico de profissão, declara-se favorável a manutenção de medidas de isolamento social para conter a disseminação da pandemia decretadas por governos regionais no país.

A posição opõe-se à do Presidente brasileiro, que já pediu à população que volte ao trabalho e às ruas porque está mais preocupado com as consequências económicas da crise causada pela disseminação da pandemia, especialmente o desemprego.

Além disso, o chefe de Estado brasileiro desafiou as recomendações das autoridades de saúde várias vezes com passeios esporádicos por Brasília, subestimando a gravidade da crise e chamando a covid-19 de "gripe" e "resfriado".

Num comunicado em rede nacional, Bolsonaro também incentivou os brasileiros a voltarem ao trabalho, alegando que o desemprego causa "mortes".

Já Mandetta considerou que esse discurso duplo do Governo confunde os brasileiros porque "eles não sabem se escutam o Ministro da Saúde" ou "se escutam o Presidente".

Nesse sentido, o ministro apontou que as diferentes estratégias de um e de outro preocupam porque a população observa e pensa: "Mas o ministro é contra o Presidente?"

Mandetta esclareceu que "não há ninguém contra ou a favor de nada", uma vez que "o inimigo comum" é o novo coronavírus.

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