Covid-19: Renamo acusa autoridades de aproveitar pandemia para aumentar violência

Ossufo Momade
Ossufo Momade Direitos de autor Ben Curtis/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Lusa
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Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição moçambicana, acusou hoje as forças de defesa e segurança de se aproveitarem do combate à covid-19 para cometerem atos de violência contra a população e opositores

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Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição moçambicana, acusou hoje as forças de defesa e segurança de se aproveitarem do combate à covid-19 para cometerem atos de violência contra a população e opositores.

“Condenamos o aumento de violência contra a população indefesa, em nome do combate à pandemia do novo coronavírus”, declarou Ossufo Momade, em Maputo, numa declaração à comunicação social, sem direito a perguntas.

Segundo referiu, no distrito de Chibabava, província de Sofala, região Centro, forças de defesa e segurança queimaram casas da população.

No distrito de Gorongosa, na mesma província, Momade disse haver pessoas desaparecidas, depois de supostamente terem sido levadas por elementos das autoridades.

“O Presidente da República [Filipe Nyusi] não pode ficar indiferente, porque estaria a confirmar que não tem poder nem voz no seio das forças de defesa e segurança”, afirmou Ossufo Momade.

Durante a declaração, o líder da Renamo acrescentou desconfiar que tenham sido reativados "esquadrões de morte" que estarão a abater opositores políticos, mas sem outras evidências além da suspeita do partido.

Nesse âmbito, Ossufo Momade relatou, na declaração de hoje, um alegado caso de assassinato.

Em 23 de abril, pelas 21:00 locais, Alberto Cussara Massica, membro do conselho provincial da Renamo de Manica, centro do país, e a sua esposa, Dora Wilson, delegada política do partido no distrito de Sussundega, foram sequestrados e assassinados por elementos que se faziam transportar numa viatura.

O casal foi intercetado e morto quando saía do seu estabelecimento comercial, acrescentou Momade, sem revelar mais detalhes.

Mateus Mindu, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, disse à Lusa que aquela força de segurança não confirma o crime.

"Não confirmamos a ocorrência e a polícia vai trabalhar para averiguar e depois vai se pronunciar", referiu.

A Lusa tentou obter mais informações sobre o caso junto do porta-voz nacional da PRM, mas tal não foi possível.

Moçambique tem um total cumulativo de 76 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem registo de mortes.

O número de mortos em África subiu para 1.423, com 31.933 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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