Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Crise do petróleo e da covid-19 fazem estremecer economia de Angola

Crise do petróleo e da covid-19 fazem estremecer economia de Angola
Direitos de autor 
Direitos de autor 
De Neusa Silva
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Sector produtivo paralisado e PIB sem receitas do sector petrolífero condicionam crescimento económico angolano

PUBLICIDADE

Angola está a ter cada vez mais dificuldades para equilibrar a balança entre as receitas e as despesas

Fernandes Wanda Investigador da School of Oriental and African Studies University of London explica o impacto da atual crise mundial na economia Angolana, começando por contextualizar a situação da economia Angolana nos últimos quatro anos.

De acordo com o economista, a economia Angolana tem estado em recessão consecutiva nos últimos quatro anos. Do total das receitas orçamentadas para o Orçamento Geral de Estado para 64% seriam provenientes dos impostos do setor petrolífero.

Com o preço do barril de petróleo nos mercados futuros a atingir mínimos históricos, e sem parte das receitas provenientes do setor petrolífero Angola lançou mão a mil e trezentos milhões de euros do fundo soberano e acelerou o programa de privatizações. Permitiu igualmente que o Instituto Nacional de Segurança Social invista em títulos do tesouro no mercado primário.

Entre as prioridades está o apoio ao setor privado, às famílias e a conceção de crédito às pequenas e médias empresas para setores específicos.

Fernandes Wanda economista e Investigador das economias Oriental e Africana da SOAS de Londres acredita que o referido apoio deve ser canalizado para o setor produtivo:  "Nós acreditamos que a intervenção devia ser para o setor produtivo, quer dizer a ajuda devia ser canalizada para os produtores para que eles pudessem expandir e modernizar as suas operações e por efeito de arrasto esta expansão e modernização a nível do setor produtivo daria mais opções para os operadores do setor comercial" refere.

Para Fernandes Wanda a banca comercial nunca esteve alinhada ao esforço que o executivo vem fazendo nos últimos anos, daí o Banco Central Angolano ter emitido um instrutivo a definir os prazos de resposta às solicitações de crédito.

Para o economista este é o momento da banca comercial juntar-se ao esforço do executivo, não podendo continuar a lucrar apenas com os títulos do tesouro como vem fazendo até ao momento

O último relatório do Fundo Monetário Internacional sobre as perspetivas económicas publicado no mês em curso, aponta para uma recessão em quase todos países da CPLP com exceção de Moçambique.

O analista refere que a presente previsão do FMI, não teve em conta ainda a descida que o preço do petróleo verificou nas últimas duas semanas, por isso é que Angola ainda aparece com um crescimento negativo de -1,4% mas que o número tende a aumentar com base num estudo recente de uma universidade em Angola.

O FMI aponta igualmente Angola como tendo a maior taxa de inflação entre os países da CPLP. Fernandes Wanda diz que a taxa igual ou superior a 20,7% deve-se ao facto de Angola ser uma economia muito dependente das importações de bens e serviços e com a sua principal matéria de exportação o petróleo a registar uma redução sem precedentes.

Numa altura em que os investidores retiraram mais 76 mil milhões de euros dos mercados emergentes, o financiamento proveniente de instituições financeiras internacionais desempenha agora um papel decisivo para Angola

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Petrolíferas anunciam despedimentos

FMI prevê recessão para Angola e crescimento para Moçambique em 2020

Cuba sofre "apagão" generalizado