Confinamento cria sobrecarga de tarefas para as mulheres

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De  Isabel Marques da SilvaSusan Dabbous
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As autoridades da Bélgica criaram uma linha telefónica para ajudar as famílias nesta situação devido ao confinamento e recebem muitas chamadas de mulheres.

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Trabalhar em casa quando os filhos estão presentes é difícil para todos, mas alguns sentem maiores desafios. Irene Salvi, economista e consultora em regime freelancer, decidiu regressar ao trabalho quando ainda estava em licença de maternidade do segundo filho.

"Tomei a decisão de voltar ao trabalhar porque ponderei os riscos de perder o meu emprego a curto prazo e, potencialmente, no longo prazo", disse a economista italiana, que reside em Bruxelas.

Durante as reuniões com recurso a videoconferência, os colegas masculinos que têm crianças em casa dizem claramente quando estão ocupados com elas e que não podem participar. A consultora diz que as mulheres não fazem o mesmo por receio de perderem credibilidade. Apesar da ajuda do marido, Irene Salvi sente-se exausta.

"Somos responsáveis por tudo, desde cozinhar pelo menos duas ou três refeições por dia, cuidamos de tudo relativamente as crianças, incluindo ter tempo de qualidade para lhes dedicar, pelo que não temos muito tempo para nós próprias", afirmou em entrevista à euronews.

As autoridades da Bélgica criaram uma linha telefónica para ajudar as famílias nesta situação devido ao confinamento e recebem muitas chamadas de mulheres.

"Recebemos dezenas de chamadas por semana. As pessoas que telefonam queixam-se de nervosismo e tristeza, acham que não serão capazes de fazer tudo bem. Também sentem ansiedade pelo facto da situação se prolongar e têm a impressão de estar sempre sobrecarregadas", explicou a psicóloga Caroline Maison.

Irene Salvi sente que tem dois empregos, ambos a tempo inteiro, e pouco apoio das autoridades para lidar com esta carga acrescida desde que começou a pandemia e o consequente confinamento.

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