Empresários protestam contra encerramento dos negócios na Polónia

Os empresários polacos estão em protesto. Este sábado, em Varsóvia, numa manifestação sem distâncias, mostraram-se unidos contra as medidas de confinamento no país e exigem a reabertura dos negócios.
Por causa da covid-19, milhares de têm a atividade suspensa há semanas. Kamil Niedziałek é um deles. Com a imposição das medidas de segurança, viu o negócio estagnar a partir de 15 de março. Desde então, lamenta, o volume de negócios decresceu em 80%.
Para o empresário, é difícil trabalhar quando "jardins, restaurantes e museus estão fechados" e o encerramento dos espaços públicos leva a que "as reservas continuem a não aparecer".
Em plena manifestação, Paulina Przewozna, empresária do setor hoteleiro, tenta agitar os espíritos dos companheiros de profissão. Ao microfone, diz esperar "que o movimento acorde os polacos". O apelo é de união para permanecerem na rua em protesto.
No entanto, a ação acabou por ser travada à força pela polícia. A multidão foi dispersada a gás lacrimogéneo.
Um dos manifestantes queixa-se de ter sido atingido nos olhos. E houve quem acabasse mesmo por precisar de assistência médica. Mas, apesar do aparato, muitos manifestantes continuaram no local.
A viver no local, o jornalista Jarosław Kociszewski explica que "as pessoas estão a ficar frustradas", porque o processo das eleições presidenciais, agendadas para maio e entretanto adiadas, "foi confuso e esbanjou dinheiro". De acordo como o jornalista, "não se sabe quanto dinheiro foi gasto e existe o medo de que o mesmo se passe com a economia e o sistema público, uma vez que, alega, os números não são fiáveis".
Para Kocieszwki "as pessoas temem que o governo não esteja realmente a perceber a atual situação", mas também "que haja má vontade e que tudo esteja a ser politizado".
Os manifestantes responsabilizam o executivo. e queixam-se das contas para pagar, apesar da falta de rendimentos.
Nas últimas semanas, a Polónia tem vindo a aligeirar as restrições, numa tentativa de amortecer o impacto do na economia. Esta segunda-feira, os salões de cabeleireiro e os restaurantes vão voltar a abrir ao público, com novas medidas de segurança.
Mas os empresários querem mais ação do governo e uma maior rapidez no regresso à normalidade.