Crise sanitária provoca crise das artes

Artistas de toda a Europa atravessam duas crises - a crise sanitária e a das artes devido ao cancelamento de milhares de espetáculos. Para combater a melancolia, o acordeonista de Budapeste Ádám Móser toca na varanda e transmite a criatividade através da internet.
Ádám Móser é músico independente e toca em várias bandas e teatros. Em média, costumava fazer 20 espetáculos por mês. Diz que desde que começou a dar concertos na varanda, muitas pessoas começaram a segui-lo no Facebook e algumas fizeram doações para o ajudar, porque todos sabem que os artistas, atores e músicos independentes agora não têm fontes de rendimento.
O governo húngaro anunciou em maio que os artistas independentes podem solicitar um subsídio. Mas há apenas um pequeno fundo disponível tendo em conta o número de artistas.
A coreógrafa Réka Szabó é diretora de arte de uma companhia de dança contemporânea independente. O seu trabalho recebeu vários prémios internacionais. Devido aos cancelamentos, a companhia perdeu um terço dos rendimentos, proveniente da venda de bilhetes.
A empresa trabalha com seis membros permanentes e 50 artistas independentes. Para assegurar os salários dos funcionários permanentes, solicita apoio do governo todos os anos. Para facilitar a situação dos artistas independentes, o governo anunciou agora uma ajuda (cerca de 900 Euros por pessoa). Trata-se de um adiantamento que deve ser pago com performances a título gratuito, quando a situação voltar ao normal.
O mundo cultural está pausa enquanto o mundo real tem os olhos postos nas consequências da Pandemia.