Depois da morte de George Floyd, polícia detém equipa da CNN

A morte do cidadão afro-americano George Floyd na segunda-feira numa detenção policial incendiou os ânimos na cidade de Minneapolis e nos Estados Unidos, desencadeando protestos contra o racismo e a violência excessiva das autoridades. Agora, foi a vez do repórter Omar Jimenez, do canal CNN, ser detido em direto quando efetuava a cobertura dos confrontos.
Omar Jimenez, também ele negro e com ascendência latina, identificou-se como jornalista e mesmo assim foi algemado e levado do local pelos agentes da polícia estadual, que fez o mesmo aos restantes elementos da equipa: um produtor e um repórter fotográfico.
Entretanto, a equipa já foi libertada, sem que a estação de notícias tivesse dado conta do choque pela situação, numa mensagem difundida pelo gabinete de comunicação no Twitter.
Na mesma rede social, a polícia estadual do Minnesota declarou que a equipa de reportagem estava junto de quatro pessoas que foram detidas pelas forças de segurança que estavam “a desimpedir as ruas e a restaurar a ordem pública".
A força policial esclareceu ainda que os repórteres “foram libertados assim que foi confirmado que eram membros da comunicação social”.
Este foi o capítulo mais insólito de uma espiral de revolta que se está a erguer em vários estados do país contra a atuação racista de alguns elementos da polícia, com os casos polémicos a repetirem-se com frequência nos últimos anos.
Imagens de vídeo captadas por transeuntes, e depois difundidas nas redes sociais, mostraram o homem afro-americano, de 46 anos, detido e algemado no chão, a pedir ajuda por várias vezes e a repetir que não conseguia respirar, com o joelho de um agente policial a pressionar o seu pescoço.
Na sequência do assassinato de George Floyd já se registaram também protestos nos estados do Colorado, Arizona, Ohio, Tennessee e Kentucky.
Donald Trump também já reagiu ao incidente na origem dos protestos de Minneapolis e começou por considerar as imagens "chocantes", acrescentando que tinha dado instruções para se investigar o caso.
No entanto, a polémica escalou nas últimas horas, quando o presidente norte-americano ameaçou no Twitter que assim que começassem as pilhagens na cidade, começariam "os tiros", numa mensagem que levou o Twitter, pela primeira vez, a sinalizar como uma infração às regras da rede social por considerar que houve incitamento à violência.
"Essa mensagem viola as regras do Twitter sobre a apologia à violência. No entanto, o Twitter considera que no quadro do interesse público essa mensagem ('tweet') deve ficar acessível", referiu a rede social.