Centenas de edifícios históricos e de interesse nacional, localizados no porto de Beirute, sofreram com o impacto da explosão.
A violenta explosão que ocorreu no porto de Beirute, há uma semana, destruiu também património histórico e cultural do país.
O palácio Sursock, mandado construir em 1860 por Moussa Sursock, e reconhecido, na altura, como uma das casas mais sumptuosas da capital do Líbano, foi um dos edifícios afetados. O maior palácio privado desse período a manter-se, até aqui, intacto, com os seus jardins exuberantes, faz parte da história da cidade.
Roderik Sursock Cochrane, proprietário do edifício esplica que o que mais o chocou foi o facto de a casa ter sobrevivido à guerra civil, "razoavelmente bem, ficou danificada mas não a este ponto", e todos os estragos terem acontecido "numa fração de segundo. Vinte anos de trabalho de restauro desapareceram numa fração de segundo, o que é terrível", desabafa.
Também o museu Sursock, construído em 1912, e dezenas das suas obras, ficaram danificadas com a explosão.
Centenas de edifícios, muitos deles anteriores à criação do Estado do Líbano, e já deteriorados pelo tempo e pela guerra civil, sofreram também com o impacto da explosão. Património também do período otomano, muito dele de interesse nacional, vão precisar de milhões para ser recuperados.