Continuam os protestos contra as autoridades, em Beirute, após a explosão que matou mais de uma centena de pessoas. Manifestantes e polícia confrontaram-se.
No Líbano continuam os protestos contra as autoridades, após a explosão de quase 3000 toneladas de nitrato de amónio no porto de Beirute.
Os manifestantes juntaram-se no exterior do ministério dos Negócios Estrangeiros e acabaram por entrar em confronto com a polícia. Um agente morreu, de acordo com fontes oficiais, e vários polícias e participantes no protesto ficaram feridos.
Um manifestante, Bilal Mehdi, afirma que "o governo precisa de aprender uma lição, e essa lição foi o que aconteceu no porto de Beirute, e ela significa que é preciso agir. As pessoas querem construir um país", acrescenta emocionado.
Foi na terça-feira que uma enorme explosão destruiu, quase totalmente, o porto da capital libanesa e fez mais de uma centena de mortos e de duas centenas de feridos.
Os protestos da população é, para a Human Rights Watch, justificada, como explica uma investigadora que trabalha para a organização não-governamental:
“As pessoas estão furiosas porque tantos políticos como funcionários públicos sabiam que mais de 2.700 toneladas de material explosivo estavam no porto, há anos, sem nenhuma medida de segurança.
_Não houve um único pedido de desculpas. Quase não houve demissões e nenhuma entre os funcionários ao mais alto nível. A resposta foi, absolutamente, chocante", _explica Aya Majzoub.
A violência aconteceu na véspera de uma conferência internacional de doadores coorganizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para apoiar a população libanesa.