Migrantes na Grécia sem proteção contra Covid-19

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De  Apostolos Staikos
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Muitos são desalojados e estão muito vulneráveis ao vírus

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Os "Médicos sem Fronteiras" apoiam refugiados e migrantes que chegam à ilha grega de Lesbos desde 2008. Nos últimos meses, a organização não-governamental tem tentado protegê-los da Covid-19. Mas a luta para manter os refugiados a salvo do vírus tem muitos entraves, um dos principais é lidar com condições de vida miseráveis.

Christina Psarra, da delegação grega da ONG, sublinha que há cerca de 200 pessoas a utilizar a mesma casa de banho e cerca de 600 pessoas a partilhar o mesmo chuveiro. Em Moria, foram identificados entre 925 a 1000 pessoas com critérios de vulnerabilidade. A responsável diz que “estes indivíduos deveriam ter sido isolados em áreas fora do campo ou ter um mecanismo de proteção e de isolamento dentro do campo".

Muitos dos refugiados que fogem das ilhas têm de viver nas ruas do centro de Atenas porque aqueles a quem foi concedido asilo já não têm direito a benefícios ou alojamento. Nas ruas, não existem medidas de proteção contra a pandemia e a luta pela sobrevivência parece ser mais importante do que a saúde pública.

Mahgul Alizade, migrante afegã, diz que não se sente segura em relação ao vírus. Mas não sabe o que fazer. Viveu em Moria e em Lesbos e agora faz parte de um grupo de desalojados que vivem numa praça em Atenas. Estava à espera de melhor quando saiu do Afeganistão onde deixou três filhas. Não sabe se as vai ver outra vez. Sente que ninguém se importa.

Habib Qaderi também também saiu do Afeganistão e agora não tem dinheiro para alugar uma casa em Atenas. Disseram-lhe que podia mudar para um acampamento perto da cidade, mas ouviu dizer que lá não há tendas nem espaço livre.

Para os refugiados que vivem nos campos ou nas ruas do centro da capital, o distanciamento social e a higiene pessoal adequada são um luxo. O governo grego garante que está a tomar todas as medidas necessárias para manter o vírus afastado dos centros de refugiados.

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