Presidente bielorrusso rejeitou proposta da oposição para regressar à Constituição de 1994, que dava poderes alargados ao Parlamento
As manifestações pacíficas contra o regime do presidente Alexander Lukashenko entram na quarta semana, sem fim à vista para a crise na Bielorrússia.
O chefe de Estado, que dirige o país com mão-de-ferro há 26 anos, admitiu o caráter "de certa forma autoritário" do sistema político do país, num encontro com o presidente do Supremo Tribunal, Valentin Sukalo.
Criticado ao largo dos anos e em particular pelo Ocidente pelo autoritarismo e culto da personalidade, Lukashenko afirmou que "é preciso conseguir que o sistema não esteje ligado a nenhuma personalidade", ele próprio incluído.
Mas recusou a proposta da oposição, que voltou a mobilizar-se em massa nas ruas de Minsk, para um regresso à Constituição de 1994, que concedia poderes alargados ao Parlamento.
Lukashenko promete mudanças constitucionais, mas para a líder da oposição Maria Kolesnikova, as declarações do presidente são apenas mais uma tentativa para manipular a opinião pública.
Os opositores têm multiplicado esforços no exterior para reunir apoios às reivindicações de mudança de regime no país.
Esta segunda-feira, o presidente da Lituânia anunciou sanções contra o homólogo bielorruso e outros altos cargos no país, num esforço concertado com as vizinhas Letónia e Estónia.
O Kremlin, por seu lado, anunciou que Lukashenko irá dentro de duas semanas a Moscovo para uma reunião com o presidente russo, principal aliado da Bielorrússia face ao Ocidente.