Desertores confirmam atrocidades contra os Rohingya

Refugiados Rohingya (arquivo)
Refugiados Rohingya (arquivo) Direitos de autor Suzauddin Rubel/AP
Direitos de autor Suzauddin Rubel/AP
De  Rodrigo Barbosa com AP / EFE
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ONG diz que dois soldados mianmarenses que desertaram estão sob custódia do Tribunal Penal Internacional

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Dois soldados que desertaram do Exército do Myanmar afirmaram, num vídeo divulgado pela ONG Fortify Rights, que receberam ordens para exterminar membros da minoria muçulmana Rohingya.

As declarações foram registadas em Julho, quando ambos estavam sob custódia da guerrilha Arakan, considerada como grupo terrorista pelas autoridades mianmarenses.

Zaw Naing Tun, soldado desertor:"Quando conduzimos as operações de limpeza nas aldeias [rohingya], matámos a tiro e eliminámos de acordo com as ordens para matar todos, sem distinguir crianças ou adultos."

Myo Win Tun, soldado desertor:"Realizámos operações de limpeza, de noite, sob ordem de 'disparar contra tudo o que vemos e ouvimos'."

Para a ONG, que acredita que os dois soldados estão atualmente nas mãos do Tribunal Penal Internacional, em Haia, as confissões constituem uma prova de genocídio contra a minoria étnica e religiosa por parte das autoridades do Myanmar.

Matthew Smith, presidente-executivo da Fortify Rights:"É a primeira vez que temos testemunhos internos do Exército do Myanmar, que confessam algo que essencialmente constitui genocídio e crimes contra a Humanidade."

Desde agosto de 2017, mais de 700.000 Rohingya fugiram do Myanmar para o vizinho Bangladeche para escapar ao que o Exército mianmarense descreve como uma "campanha de limpeza" na sequência de um ataque por parte de um grupo insurgente no Estado de Rakhine. 

O Myanmar, que recusa a investigação em curso pelo Tribunal Penal Internacional, rejeita as acusações de massacre e violações em massa contra os Rohingya.

Editor de vídeo • Rodrigo Barbosa

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