Nápoles e a arte ao alcance de todos

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Escultor Jago partilha arte num bairro popular e cooperativa social investe na exploração das catacumbas napolitanas

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Mostrar a arte, da realização à obra final, a todos os públicos e de forma gratuita, em vez de recorrer a museus e galerias de arte, é a aposta do italiano Jago, mundialmente conhecido pelas suas esculturas hiperrealistas.

O artista decidiu estabelecer a atividade numa igreja abandonada do bairro popular de Sanità, no centro de Nápoles.

Jago, escultor:"Colocar obras de arte num bairro pode significar o início de um processo de reciclagem. É mais do que a própria escultura, significa mudar as dinâmicas sociais. É essa a força da arte e torna possível manter vivos alguns locais. As obras de arte têm essa capacidade, de tornar coisas e lugares sagrados."

Entre as obras icónicas do escultor italiano encontra-se "Veiled Son", que tem a particularidade de ter sido alvo, em 2018, de uma campanha de financiamento participativo para a sua realização, embora sem conseguir reunir a totalidade dos fundos estimados na altura pelo artista em 100.000 euros.

Jago, escultor:"Podemos pôr trabalhos num museu e aí assume-se que são obras de arte, mas se quero realmente avaliar o valor do meu trabalho artístico, devo colocá-lo num sítio onde ninguém quer ir, porque assim se consigo trazer pessoas até aqui, posso mudar as dinâmicas sociais. É esse o significado da escultura e da arte."

Luca Palamara, euronews:"Esta igreja abandonada não perdeu a função social e espiritual e é agora um sítio onde a arte é criada e oferecida aos locais. Uma função que é também desempenhada pela redescoberta de tesouros antigos que residem no subsolo."

Arte e cultura neste bairro tradicionalmente associado ao crime e pobreza também significa oportunidades de trabalho, como no caso da cooperativa social La Paranza, que obteve os direitos para a gestão das Catacumbas de San Gennaro, 12 mil metros quadrados de património cultural subterrâneo.

Enzo Porzio, cooperativa La Paranza:"Em 2008 começámos a deixar uma marca que continua a crescer. Eramos cinco voluntários loucos, mas hoje há 40 jovens com empregos e salários adequados, que podem viver da arte, cultura e beleza."

Um projeto de sucesso, como prova a crescente afluência, dos cinco mil visitantes registados no primeiro ano, aos cerca de 160.000 que percorreram as catacumbas em 2019.

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