Três "pedras no sapato"do Brexit em análise na cimeira

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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey, Tadhg Enright
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As equipas técnicas não conseguiram ultrapassar o impasse nas negociações entre a União Europeia e o Reino Unido sobre o novo acordo político e comercial para vigorar após 31 de dezembro.

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O Brexit será o "prato forte" na agenda da cimeira da União Europeia, na quinta-feira, em Bruxelas, mas deverá ser pouco consolador para os líderes dos 27 países.

As equipas técnicas não conseguiram ultrapassar o impasse nas negociações entre a União Europeia e o Reino Unido sobre o novo acordo político e comercial para vigorar após 31 de dezembro.

A União Europeia está, também, muito desagradada com o facto de, recentemente, o governo de Londres ter ameaçado violar algumas das cláusulas do acordo de saída da União Europeia, já ratificado.

O ponto mais polémico nessa ameaça refere-se à fronteira entre a Irlanda, Estado-membro da União Europeia, e a Irlanda do norte, território da ilha que é uma província do Reino Unido.

Mas são várias as questões em aberto, como explicam correspondentes da euronews em cada um dos lados do Canal da Mancha.

Concorrência leal

Darren MacCaffrey, euronews, Bruxelas:

"Essencialmente, a União Europeia disse ao governo britânico que se quiser continuar a ter acesso ao mercado único vai ter de cumprir as regras em vigor, em particular no que diz respeito à questão das ajudas estatais às empresas, sendo que quer evitar que operem com padrões de produção inferiores e produzam os bens de forma mais barata".

Tadhg Enright, euronews, Londres:

"O lado britânico alega que, muitas vezes, os seus padrões são mais elevados do que os da União Europeia, por exemplo em relação à proteção ambiental. O governo admitiu que não pretende resgatar empresas em dificuldades, mas quer ter a liberdade para investir nelas por forma a desenvolver novas tecnologias".

Mediação de conflitos

Darren MacCaffrey, euronews, Bruxelas:

"A União Europeia quer que fique escrito no acordo que se o Reino Unido violar as regras num setor, a União pode retaliar como quiser, mas aceitou que a decisão final não caberá ao Tribunal de Justiça da União Europeia".

Tadhg Enright, euronews, Londres:

"O Reino Unido quer limitar os processos de mediação de conflito a setores específicos e insiste que o árbitro tem de ser independente, como por exemplo, a Organização Mundial do Comércio".

Quotas de pesca

Darren MacCaffrey, euronews, Bruxelas:

"Embora não seja economicamente muito importante, a questão da pesca é politicamente significativa. A União Europeia quer manter o acesso dos países europeu a quotas pesqueiras nas águas britânicas como condição para que os pescadores britânicos possam continuar a vender o peixe nos mercados europeus".

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Tadhg Enright, euronews, Londres:

"O Reino Unido argumenta que o objetivo do Brexit é recuperar o controlo das suas águas pesqueiras e ajudar a proteger os pescadores britânicos. O governo de Londres sugere que as quotas sejam negociadas, anualmente, tal como a União Europeia faz, atualmente, com a Noruega".

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