Três homens são acusados de oferecer assistência à célula responsável pelo duplo atentado em Barcelona e Cambrils
A Espanha começou a julgar esta terça-feira três homens acusados de terem oferecido assistência à célula terrorista responsável pelo duplo atentado que matou 16 pessoas em 2017 em Barcelona e na estância balnear de Cambrils, numa ação reinvindicada pelo Estado Islâmico.
Antonio Guerrero Maroto é o advogado da associação de vítimas:
"Na minha opinião, o facto destas pessoas não terem participado materialmente na ação criminosa, nos assassinatos, não significa que não podem ser acusados ou condenados. A nossa opinião é de que fizeram parte da célula e, por isso, tinham o controlo dos seus atos: uma ação concertada na organização de um plano criminoso. Todos devem responder pelos atos que cometeram."
O processo arrancou no tribunal da Audiência Nacional de San Fernando de Henares, nos arredores de Madrid, sob um forte dispositivo policial.
O réu principal, para o qual a procuradoria pede 41 anos de prisão, é Mohamed Houli Chemlal, acusado de pertencer a uma organização terrorista, de fabricar explosivos e de conspirar para provocar o caos. Chemlal explicou aos investigadores que o plano inicial era perpetrar uma série de atentados bombistas contra locais célebres, como a basílica da Sagrada Família.
São também julgados Driis Oukabir, irmão de um dos jihadistas mortos durante o ataque, e Said Ben Iazza, que terá emprestado um veículo e documentos aos responsáveis pelo duplo atentado.
Para além das 16 vítimas mortais, na maioria turistas estrangeiros, entre os quais dois portugueses, o ataque de agosto de 2017 fez também 140 feridos. Os seis jihadistas diretamente responsáveis pelas ações foram abatidos pela polícia.
O julgamento dos supostos cúmplices deverá decorrer até 16 de dezembro. Os atentados provocaram uma vaga de choque pelo país e além fronteiras.