"Equipa Europa" celebra um ano com atrasos no programa

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De  Isabel Marques da SilvaJack Parrock
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No que toca ao estilo de liderança, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é vista como alguém que mantém um controle rígido da sua equipa, que tomou posse a 1 de dezembro de 2019.

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 A chamada "Equipa Europa" liderada por Ursula von der Leyen tomou posse há um ano e a presidente da Comissão Europeia fez esta promessa a 1 de dezembro de 2019: "A nossa União embarcará numa transformação que atingirá todas as partes da sociedade e da economia”.

Mas essa mudança teve de adaptar à pandemia de Covid-19, que criou uma crise sem precedentes desde a II Guerra Mundial. A aposta no Pacto Ecológico Europeu, projeto-chave do executivo comunitário, avança devagar, bem como outros dossiês.

"Até agora, a pandemia tem-na mantido ocupada, mas há muita legislação difícil que precisa de avançar, seja no Pacto de Asilo e Migração, como nos detalhes do Pacto Ecológico Europeu e na Agenda Digital. São áreas onde a presidente precisa de dar melhor resposta", explicou Jacob Kirkegaard, analista político no centro de estudos The German Marshall Fund of the US.

Outra promessa deste executivo comunitário foi dar maior protagonismo à União Europeia na cena internacional,  mas ainda está muito centrado na defesa interna do seus próprios valores.

"A presidente apresentou o slogan "Comissão geopolítica" e, na verdade, todo o trabalho destes nove meses tem sido sobre defender os valores europeus ou sobre a falta de defesa desses valores europeus", afirmou Shada Islam, analista e diretora do centro de estudos Novos Horizontes.

Acusados de divergirem desses valores, dois Estados-membros bloqueiam o avanço dos demais países. Hungria e da Polónia estão contra um novo mecanismo sobre o respeito pelo Estado de direito que tem impedido a aprovação do orçamento da União para os próximos sete anos.

No discurso sobre o Estado da União, em setembro passado, no Parlamento Europeu, a presidente deu, também, o exemplo da necessidade do respeito pela identidade de género. "Ser si próprio não é uma questão de ideologia, mas de identidade", disse Ursula von der Leyen.

Outra vez à sombra dos EUA?

No que toca ao estilo de liderança, a alemã é vista como alguém que mantém um controle rígido da sua equipa de comissários.

"A presidente é nacional do maior Estado-membro da Uniao Europeia e era politicamente muito próxima da chanceler Angela Merkel. Diria que a Comissão é marcada pela iniciativa de cima para baixo", afirmou o analista Jacob Kirkegaard.

Com o futuro presidente Joe Biden a entrar na Casa Branca, Ursula von der Leyen espera estabelecer uma nova parceria com os EUA, mas Shada Islam está preocupada com uma possível "sequela".

 "A minha preocupação é que Ursula von der Leyen, bem como outros políticos da União Europeia, voltem a colocar-se na zona de conforto que é viver à sombra dos EUA, sem assumirem responsabilidades europeias na relação com as potências da nossa vizinhança, bem como com África e com a China", disse a diretora do Novos Horizontes.

Faltam ainda quatro anos de mandato, que deverão ser muito marcados pela resposta aos efeitos da pandemia.

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