Estudar no Reino Unido deixa de ser hipótese para os estudantes inscritos no programa europeu de intercâmbio.
Para os estudantes europeus que participam no programa de intercâmbio Erasmus, o Reino Unido era o quarto destino mais popular, mas, com o Brexit, isso acabou. O Erasmus não faz parte do acordo agora assinado com a União Europeia. Segundo o chefe dos negociadores da UE, a decisão foi exclusivamente do Reino Unido.
"Quero apenas referir duas coisas que lamento a propósito da nossa cooperação social: Que o governo britânico tenha escolhido não participar no programa de intercâmbio Erasmus e que a ambição em termos de mobilidade dos cidadãos não esteja à altura dos nossos laços históricos. Também aqui, a escolha é do governo britânico", disse Michel Barnier.
O programa Erasmus está aberto a estudantes de fora da União Europeia. Historicamente, o Reino Unido tem sido um contribuinte líquido, já que recebe mais estudantes do que envia, mas decidiu agora aplicar esse orçamento num novo programa, chamado Turing.
"Vandalismo cultural"
O ministro da educação Gavin Williamson anunciou no Twitter a criação de um programa para substituir o Erasmus, que terá um alcance global, não apenas limitado à União Europeia.
A Irlanda do Norte continua abrangida pelo Erasmus, graças a um acordo com a Irlanda, mas a Escócia fica de fora, o que deixou a primeira-ministra Nicola Sturgeon enfurecida. Também no Twitter, Sturgeon disse que "é normal que o Reino Unido queira forcar-se nos custos económicos do Brexit, mas sair do Erasmus, um programa que alargou os horizontes e deu oportunidades a tantos jovens, é vandalismo cultural por parte do governo britânico", nas palavras da chefe do governo escocês.
Segundo a decisão agora tomada pelo governo de Londres, os estudantes da União Europeia que estão no Reino Unido ao abrigo do programa vão poder continuar, mas não pode haver novas inscrições.