Relações entre União Europeia e Rússia atingem "ponto muito baixo"

A visita de Josep Borrell a Moscovo surge numa altura em que o regime de Vladimir Putin enfrenta uma rara vaga de contestação na sequência da detenção de Alexei Navalny. O episódio levou a União Europeia a admitir que as relações com a Rússia se encontravam num ponto baixo.
O chefe da diplomacia europeia aproveitou o encontro para partilhar, uma vez mais, as preocupações de Bruxelas:
"Transmiti ao senhor Lavrov a nossa profunda preocupação e reforcei o apelo para a sua libertação e para a realização de uma investigação imparcial ao seu envenenamento."
Indiferente à pressão da comunidade internacional, o Kremlin continua a negar as acusações de ter estado por trás do envenenamento e promete trabalhar para encontrar os responsáveis. Para Sergey Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, "é importante estabelecer a verdade a respeito do que se passou com Navalny. Quando aconteceu, onde e como. Fizemos várias tentativas para obter resultados. Nem Alemanha, nem França, nem a Suécia e nem a Organização para a Proibição de Armas Químicas nos deram respostas. Parece-me falta de educação, para ser simpático, uma postura tão arrogante da Europa. É inaceitável."
Rússia e União Europeia de mãos dadas no combate à pandemia
Apesar dos atritos evidentes entre Bruxelas e Moscovo, as duas partes mostraram-se dispostas a trabalhar lado a lado para combater um inimigo comum. Depois do ministro dos Negócios Estrangeiros russo ter salientado o sucesso da vacina russa contra a covid-19, afirmando que vários países europeus se tinham mostrado interessados na Sputnik V, Borrell não escondeu a sua satisfação:
"São boas notícias para toda a Humanidade, significam que teremos mais ferramentas para fazer face à pandemia. Espero que a Agência Europeia de Medicamentos possa validar a eficácia desta vacina para que possa ser usada pelos Estados-membros".