Alexey Navalny de volta à "gaiola" dos réus em Moscovo

Opositor de Vladimir Putin no tribunal
Opositor de Vladimir Putin no tribunal Direitos de autor Serviço de imprensa do Tribunal Distrital de Babuskinsky via AP
Direitos de autor Serviço de imprensa do Tribunal Distrital de Babuskinsky via AP
De  Francisco Marques com AP
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Opositor do Presidente da Rússia foi condenado por violar uma suposta liberdade condicional e agora enfrenta uma acusação por difamação de um veterano de guerra

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Alexey Navalny voltou esta sexta-feira a sentar-se dentro da gaiola de vidro para os réus no tribunal distrital de Babushkinsky, em Moscovo.

O influente opositor de Vladimr Putin é acusado de ter difamado um veterano russo da Segunda Guerra Mundial.

A acusação terá partido de Igor Koleshnikov, neto do militar visado Ignat Artyomenko, e tem por base um vídeo publicado nas redes sociais em junho do ano passado, onde Navalny carateriza como vendidos" e "traidores" os protagonistas de uma gravação onde foram defendidas as emendas constitucionais que permitem a Putin manter-se na liderança da Rússia para lá de 2024, se quiser.

Depois de na última sessão do julgamento, o neto se ter queixado ao tribunal de estar a receber ameaças de morte por parte de apoiantes de Navalny, esta nova sessão abriu com o pedido indireto do próprio Ignat Artyomenko, hoje com 95 anos, de não se apresentar no tribunal por motivos de saúde, por também estar a receber ameaças e confiar no procurador de justiça.

Um envenenamento geopolítico

Alexey Navalni está na base de um atrito político entre a Rússia e a União Europeia depois de se ter deslocado à Alemanha, em agosto, para recuperar de uma suposta tentativa de envenenamento na Sibéria, em que as suspeitas recaem sobre o Kremlin, e por ter sido detido quando regressou a Moscovo em meados de janeiro.

O opositor do Presidente da Rússia foi logo condenado a três anos de prisão por ter alegadamente desrespeitado a liberdade condicional de uma controversa sentença de 2014.

A condenação provocou diversos protestos na Rússia, com milhares de apoiantes de Navalny detidos por alegadamente participarem em manifestações ilegais contrárias às medidas de contenção da covid-19.

Para este domingo, 14 de fevereiro, os apoiantes de Navalny apelaram a um novo protesto simbólico, marcado para as 20 horas, com recurso à lanterna dos telemóveis, que devem ser acendidas durante 15 minutos e depois as imagens do protesto partilhadas nas redes sociais.

O regulador russo dos meios de comunicação terá entretanto intimado os diversos órgãos a não difundirem quaisquer notícias sobre o protesto das lanternas a favor de Navalny.

A própria equipa de apoio do opositor de Putin, na cidade de Tomsk, na Sibéria, referiu ter sido avisada pela procuradoria local a proibir o protesto de domingo.

Outras fontes • Tass, RadioFreeEurope

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