Rússia ameaça cortar relações com a União Europeia

As tensões aumentam entre a Rússia e a União Europeia.
A última visita do chefe da diplomacia europeia a Moscovo, Josep Borrell, foi recebida com críticas tanto da Rússia como de vários eurodeputados, alguns pediram mesmo a demissão do Alto Representante da UE.
A visita de Borrell teve lugar na sequência da detenção do ativista e opositor do Kremlin, Alexei Navalny.
"Vamos avançar a partir do facto de que estamos preparados. Somos vizinhos. A União Europeia ainda é o nosso maior parceiro comercial e de investimentos. Muitas empresas estão estabelecidas aqui. Há centenas, mesmo milhares de empresas conjuntas. Se o negócio é vantajoso para os dois lados vamos continuar. Não queremos isolar-nos do resto do mundo mas temos que estar preparados para isso. Se querem paz, então preparem-se para a guerra", ameaçou o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.
As palavras do chefe da diplomacia russa mereceram uma reação de Bruxelas.
"O que é muito claro é a resposta da Rússia, ou a ideia de como querem avançar estas relações.
Para tal, não é necessária uma entrevista do ministro dos negócios estrangeiros à imprensa local. Obtivémos uma indicação clara, e resposta clara, a partir da forma como reagiram à iniciativa de Josep Borrell para ver se mostram vontade em inverter a tendência negativa nas nossas relações. O que a Rússia está a fazer é sublinhar a ideia deles de como vêm as relações com a União Europeia", respondeu o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano.
A detenção de Alexei Navalny levou a uma nova ameaça de imposição de mais sanções pela União Europeia à Rússia.
Desde o conflito no leste da Ucrânia em 2014 e depois da Rússia assumir o controlo sobre a península da Crimeia que a União Europeia ativou um conjunto de sanções que ainda se mantêm em vigor.