Manifestação de protesto invade ruas de Tiblissi

Um mar de gente em protesto junto ao parlamento da Geórgia. Milhares de pessoas manifestam-se contra a detenção do líder do principal partido da oposição. A polícia invadiu a sede do Movimento Nacional Unido. O uso da força e de gás levantaram uma onda de indignação.
Elene Khoshtaria, deputada do Movimento pela Liberdade - Geórgia Europeia, considera que a detenção "é um ataque e um atentado contra a democracia georgiana" e , apesar de ser dissidente do Movimento Nacional Unido, garante que a oposição se mantém unida "para lutar pela liberdade e pela democracia".
Perante a escalada de tensão, a União Europeia já veio avisar que a cooperação económica depende da estabilidade política.
"Apelamos a todas as partes na Geórgia que mostrem a necessária contenção, a máxima contenção e responsabilidade, para evitar uma maior escalada no interesse do país e do povo," declarou Peter Stano, porta-voz da diplomacia europeia.
Nika Melia é acusado de estar na origem de uma tentativa de invasão do parlamento há dois anos que deixou dezenas de manifestantes e polícias feridos. Uma acusação que lhe valeu uma pena de 9 anos de prisão. A execução do mandato de detenção levou à demissão do anterior primeiro-ministro, na passada quinta-feira.
Irakli Garibachvili foi então nomeado como chefe de governo. No primeiro discurso perante o parlamento, prometeu levar Melia à justiça.
O atual primeiro-ministro é conhecido pela postura rigorosa e política contra os opositores. No discurso de ontem, disse que iria restaurar a ordem constitucional, chamou ao partido da oposição uma força destrutiva e disse que Melia não seria capaz de se esconder.
Cerca de 20 pessoas terão sido detidas com Nika Melia durante o raid que a polícia fez à sede do Movimento Nacional Unido.
Observadores políticos consideram que a manobra tem como objetivo desviar a atenção da grave crise económica em que a Geórgia se encontra, agravada pela pandemia de Covid-19