Manifestantes pedem novas eleições e a libertação do líder do principal partido da oposição
Oposição na Geórgia toma conta das ruas de Tiblíssi. A onda de protestos não para de aumentar desde que o líder do principal partido da oposição foi detido. A prisão de Nicka Melia levou já um primeiro-ministro à demissão e para Irakli Garibashvili, o novo chefe de governo, anunciam-se dias difíceis.
Giorgi Baramidze, membro do Movimento Nacional Unido, liderado por Melia, considera que a manifestação desta sexta-feira serviu para "toda a oposição georgiana" enviar "uma forte mensagem ao governo do oligarca Bidzina Ivanishvili" (antigo primeiro-ministro e presidente demissionário do partido do governo, Sonho Georgiano). Nas palavras de Baramidze, a Geórgia "necessita de reduzir a crispação e, por conseguinte, precisa de novas eleições parlamentares, cumprindo as normas democráticas necessárias para um país que aspira aderir à NATO e à União Europeia".
A participar na manifestação, o antigo presidente do parlamento e líder do partido Geórgia Europeia, David Bakradze, não tem dúvidas de que "a Geórgia se encontra hoje numa encruzilhada e este é o momento em que o país deve decidir se continua o seu desenvolvimento europeu e democrático ou se volta atrás e regressa à Rússia, de volta à influência russa".
A situação política na Geórgia parece mergulhada no caos desde as eleições de novembro passado. A oposição levanta dúvidas sobre a integridade do resultado. O líder do Movimento Nacional Unido, detido esta terça-feira, foi considerado responsável por uma tentativa de invasão do parlamento.
Os líderes da oposição anunciaram que nos próximos dias vão bloquear de vários edifícios governamentais, incluindo o parlamento e a residência do primeiro-ministro. Vários manifestantes montaram tendas no meio da rua, que a polícia retirou mais tarde. Mesmo assim, apesar das restrições e do recolher obrigatório impostos pelo governo da Geórgia devido à Covid-19, alguns dos manifestantes pretendem passar a noite em frente ao Parlamento.