Blinken diz que NATO pode contar com EUA para se reinventar

Blinken diz que NATO pode contar com EUA para se reinventar
Direitos de autor Yves Herman/AP
Direitos de autor Yves Herman/AP
De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey com Lusa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O processo de reflexão NATO 2030 prevê projetar o futuro da Aliança e os EUA são peça fundamental para o sucesso, afirmou Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO.

PUBLICIDADE

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitou Bruxelas para passar das palavras aos atos no compromisso de encetar uma nova fase no relacionamento dos Estados Unidos com a NATO.

Blinken veio pôr fim a uma atitude mais cética e agressiva levada a cabo pela administração de Donald Trump: “Vim aqui para expressar o compromisso inabalável dos Estados Unidos para com esta aliança, que tem sido a pedra angular da paz e da prosperidade para a comunidade transatlântica há mais de 70 anos. Vim a Bruxelas porque os Estados Unidos querem reconstruir as suas parcerias, começando pelos nossos aliados da NATO", disse, em conferência de imprensa.

O processo de reflexão NATO 2030 prevê projetar o futuro da Aliança e os EUA são peça fundamental para o sucesso, afirmou Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO. 

“Estamos agora a abrir um novo capítulo na relação transatlântica incorporada na NATO. Os aliados também saudaram, fortemente, a mensagem muito clara e forte do secretário de Estado Blinken, porque ele reafirmou a mensagem do presidente Joe Biden de que os EUA realmente querem reconstruir a força desta aliança, a força da NATO", disse Stoltenberg.

Que papel para os europeus na reforma da NATO?

Esta cooperação reforçada tem pela frente complexos desafios. A crescente presença militar da China, a ameaça contínua da Rússia, a retirada estratégica do Afeganistão e contendas com a Turquia, que é um dos aliados mais desalinhados, vão testar a vontade politica e implicar mais recursos.

Não quer dizer que a NATO vá abordar, diretamente, grandes questões geopolíticas globais, como as que implicam a China, mas deveria ser o lugar onde os aliados se reúnem para discutir esse tipo de desafios.
Ian Lesser
Analista em geopolítica, The German Marshall Fund of the US

“Como transformar a NATO no sentido que defende o presidente francês, Emmanuel Macron? Isto é, ter uma aliança política mais ativa. Não quer dizer que a NATO vá abordar, diretamente, grandes questões geopolíticas globais, como as que implicam a China, mas deveria ser o lugar onde os aliados se reúnem para discutir esse tipo de desafios. E tal não tem acontecido nos últimos anos", explicou Ian Lesser, vice-presidente da delegação em Bruxelas do centro de estudos The German Marshall Fund of the US.

"A NATO tem estado focada de forma redutora nas questões da segurança europeia. Obviamente, terá de continuar a fazê-lo porque a Rússia não deixou de ser uma ameaça. Essa ameaça é muito importante para alguns membros da aliança”, acrescentou o analista em geopolítica.

A visita de dois dias a Bruxelas permitirá a Antony Blinken coordenar, com os outros chefes da diplomacia do spaíses da NATO, os detalhes da primeira cimeira de líderes.

Espera-se que o presidente norte-americano, Joe Biden, também visite Bruxelas no primeiro semestre.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva , disse que Portugal propôs ao secretário-geral da NATO que se organize uma cimeira UE-NATO, que servirá para motivar um processo de complementaridade entre as duas organizações.

"Nós temos uma proposta que fizemos ao secretário-geral da NATO, que este já incorporou nas suas recomendações e que vários países, que hoje intervieram, deram o seu apoio. A proposta é a da realização, pela primeira vez, de uma cimeira entre a NATO e a União Europeia", disse Augusto Santos Silva à Lusa.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Cimeira da UE debaterá vacinas e diplomacia

Líderes da UE sob pressão de Zelenskyy para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia

Debate sobre o futuro do Pacto Ecológico reacende profundas divisões