Óscares 2021: A afirmação das pessoas com deficiência no cinema

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De  Francisco Marques
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Três filmes na corrida aos #Oscars mostram-nos retratos de pessoas que procuram ter uma vida normal num mundo que ainda as trata com diferença e no qual reclamam inclusão e oportunidades

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A Academia de Hollywood tem vindo a tentar implementar uma maior inclusão racial e de género na cerimónia dos Óscares, mas também os portadores de deficiências têm sido muitas vezes esquecidos nessa discussão de maior equidade nos prémios mais desejados do cinema.

Contudo, este ano, parece haver uma evolução.

Pelo menos, três filmes sobre pessoas com deficiências estão nomeados para um Óscar, incluindo “Crip Camp: Uma Revolução na Inclusão”, disponível pela plataforma Netflix.

O filme, produzido por Barack e Michelle Obama, está na corrida para Melhor Documentário.

O filme é correalizado por Jim LeBrecht, também protagonista neste retrato de um campo de apoio a pessoas com deficiência, gerido por "hippies", nos anos 60 do século XX.

"Agora é o momento em que Hollywood, e toda a indústria do entretenimento, precisam de olhar para o que têm vindo a fazer pela diversidade e a inclusão com outras comunidades marginilizadas e, de facto, implementar as mesmas lições aprendidas nos programas para pessoas com deficiências", afirmou Jim LeBrecht, argumentando que "o estigma" em que vive "é um género de resultado direto de como são vistas as pessoas com deficiência nos filmes e na televisão."

Nomeado para o Óscar de melhor filme de curta-metragem, “Feeling Through”, assume-se como o primeiro filme a incluir um ator surdo e cego.

A película de 18 minutos, realizada por Doug Roland, conta a história de um encontro noturno em Nova Iorque entre um adolescente carente e um homem que vive privado da visão e da audição.

“Feeling Through” já ganhou mais de 15 prémios em diversos festivais.

"Sinceramente, penso que o objetivo é aliviar o medo e abrir portas para que os executivos deixem de olhar para a nossa capacidade de ouvir ou não ouvir e passem a olhar também para as pessoas cegas, surdas e cegas, ou surdas", afirma o ator Robert Tarango, que encarna "Artie, um personagem cego e surdo.

Com a ajuda de uma intérprete de linguagem gestual, Tarango diz-nos que "qualquer deficiência faz parte do mundo e pode fazer parte também do mundo dos filmes porque tudo se baseia no coração daquilo que é produzido". "Por isso, estamos todos a cruzar os dedos neste dia 25 de abril", concluiu.

Por fim, “Sound of Metal”, nomeado para seis Óscares, incluindo o de melhor filme, está a reunir muito apoio para que esta cerimónia se possa tornar num catalisador de Hollywood para deixar de usar as deficiências apenas como fonte de inspiração, de pena ou para vilões distorcidos.

Neste retrato de um músico de Rock, Riz Ahmed encarna o héroi, "Ruben", um baterista que desenvolve uma surdez galopante e que encontra forma de se reencontrar com a vida ao aceitar ajuda.

O trabalho de Riz Ahmed valeu-lhe surgir numa lista onde vai partilhar o ecrã dos nomeados para Melhor Ator com Anthony Hopkins, também num papel de alto nível encarnando um idoso com demência que chega a confundir a própria filha.

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