Com o centro de acolhimento de Lampedusa hiperlotado, 600 migrantes foram transferidos para um barco e 250 crianças foram enviadas para a Sicília
A situação em Lampedusa é crítica. A pequena ilha italiana está a enfrentar a chegada massiva de migrantes. Face à superlotação do centro de alojamento da ilha, centenas de migrantes foram transferidos, esta quinta-feira, para um ferry, utilizado como navio de quarentena.
Os migrantes são parte dos mais de 2.000 que chegaram à ilha vindos da Tunísia e Líbia, em pouco mais de 24 horas, entre domingo e segunda-feira.
O centro de acolhimento dos migrantes na ilha ultrapassou rapidamente a sua capacidade de pouco mais mais de 200 pessoas. Cerca de 600 foram transferidas para este navio de quarentena e cerca de 250 menores não acompanhados foram transferidos para a Sicília.
O primeiro-ministro, Mario Draghi, disse no parlamento: "A política de migração do governo, como já referi noutras circunstâncias, quer ser equilibrada, eficaz e humana. Ninguém deve ser deixado sozinho nas águas territoriais italianas. Acreditamos que o respeito pelos direitos humanos é uma componente fundamental de qualquer política de migração. A prioridade, a curto prazo, é a contenção da pressão migratória nos meses e verão".
Draghi disse ainda que a Itália está a falar com a França e a Alemanha para relançar o Pacto de Malta sobre a distribuição e realojamento de migrantes e pediu a colaboração da Líbia e da Tunísia no controlo das suas águas e fronteiras.
As chegadas a Lampedusa este ano já quase triplicaram o número de migrantes que chegaram por mar no mesmo período em 2019 e 2020.
Segundo números do Ministério do Interior, em 10 de maio de 2019, pouco mais de 1.000 pessoas tinham chegado por mar; na mesma data em 2020, tinham chegado 4.184 e este ano, até agora, chegaram quase 13.000.