Em Moçambique, há alunos que atravessam um rio de canoa e fazem 14 quilómetros a pé para chegar à escola
Na província moçambicana de Tete, cerca de quarenta crianças percorrerem 14 quilómetros a pé e atravessam o rio Luenha para chegarem à escola
A travessia é feita numa canoa esculpida à mão ou com água pela cintura – depende da época do ano e do caudal. O percurso pode ser arriscado. Durante a estação chuvosa, de outubro a março, o perigo é ainda maior.
Os professores aconselham os pais a evitar as travessias diárias e colocarem os filhos em internato, num espaço melhorado para receber os alunos do outro lado do rio.
Outros pais alugam cabanas na margem do Mandie para que os seus filhos possam continuar a frequentar a escola, sem correrem riscos.
A escola primária é obrigatória no país. Mas quando termina, a maioria das crianças é entregue para casamento ou para criar gado. Para as raparigas, particularmente afetadas pelo analfabetismo em Moçambique, ir à escola permite-lhes escapar ao casamento prematuro.
Os conselhos escolares lutam contra estas práticas a fim de erradicar o analfabetismo, que ainda afeta 45% da população adulta.