A ópera do compositor italiano, encenada por Rolando Villazón, está em cena no Teatro Champs Elysées, na capital francesa, até 26 de junho.
"La Sonnambula", de Bellini , está de volta aos palcos, desta vez no no Teatro Champs Elysees, em Paris, com encenação de Rolando Villazón.
Estreada em 1831, a ópera conta a história de Amina, cujo sonambulismo a aterra no meio de um escândalo com o amante Elvino.
"Na altura em que Bellini compôs esta ópera, a ideia do sonambulismo era nova, era excitante. O que queremos com este sonambulismo é falar deste mundo do subconsciente e este mundo desperto, caótico, livre, alegre e também perigoso", conta o encenador.
Na interpretação de Rolando Villazón, a ópera decorre numa sociedade extremamente rigorosa. O ambiente social é traduzido na frieza dos espaços em palco.
"Criámos um mundo de uma comunidade com regras muito fortes. Trabalhamos num espaço minimalista. Temos uma espécie de aldeia próxima representada por estas paredes. Temos um ambiente frio".
A soprano Pretty Yende veste a pele da protagonista, uma sonâmbula sonhadora, que "quando está no estado de sonambulismo, é completamente livre", afirma ainda Villazón.
Para Pretty Yende, "personagens como Amina, são um lembrete de como nós, como seres humanos, nascemos para sermos livres, amarmos e voarmos. Se olharmos para a história, podemos ver que é muito difícil para a sociedade aceitar a pureza, a bondade e a liberdade dos seres espirituosos".
A melodiosa partitura de Bellini surge marcada por fogos de artifício vocais e a magia do bel canto.
"Ah! perchè non posso odiarti?", canta a certo momento o tenor Francesco Demuro, que, nesta ópera, encarna Elvino. "É uma passagem extremamente difícil porque nesse preciso momento tem de se cantar com intensidade e deixarmo-nos levar pela música".
A ópera de Bellini terá em cena na cidade de Paris a recriação assinada por Rolando Villazón, até 26 de junho.