Turismo europeu refém das variantes do SARS-CoV-2

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Direitos de autor Petros Giannakouris/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Francisco Marques com Agência Lusa
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Propagação da Delta levou inclusive a Alemanha a bloquear viagens para Portugal, mas há esperança no sonho americano

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A retoma total do turismo em Portugal só deverá acontecer em 2023, indica um barómetro do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, citado esta quinta-feira pela agência Lusa.

"No que se refere à retoma plena do setor, os membros do painel do Barómetro do Turismo não acreditam que em 2022 já possamos estar ao mesmo nível de 2019, no que se refere ao desempenho do turismo. No entanto, apontam o verão de 2023 como o momento da retoma total do setor", lê-se no documento do IPDT.

De acordo com o barómetro, "no conjunto das opiniões, os mercados emissores estrangeiros que deverão registar melhor desempenho em 2021 são os de proximidade, com destaque para Espanha, França e Alemanha".

Paralelamente, o painel espera "que mercados como a China, Japão e Brasil se mantenham em quebra".

Quanto ao Plano do Governo 'Reativar o Turismo | Construir o Futuro, para estimular a economia e a atividade turística’, "é bem visto pela maioria dos" inquiridos, sendo a "média ponderada das respostas, numa escala de 1 a 5, de 3,41 pontos".

No entanto, alguns agentes turísticos portugueses contavam com uma época de verão sem grandes restrições para acelerar já este ano a retoma, mas a rápida propagação da variante Delta veio bloquear muitos turistas. Sobretudo os britânicos.

Mesmo com o Certificado Digital Covid da União Europeia, ativo por todo o território europeu desde este primeiro dia de julho, até a Alemanha travou as viagens de e para Portugal, embora agora o ministro da Saúde, Jens Spahn, admita rever essas restrições se as vacinas já autorizadas pela UE se provarem eficazes contra as variantes.

Na Grécia, onde o turismo representa um Quinto do PIB, até o banco central helénico manifestou preocupação com o impacto das novas variantes do SARS-CoV-2 e baixou as previsões económicas deste ano para o turismo para menos de metade dos resultados pré-pandemia.

A estimativa inicial de receita no turismo era de 50% face a 2019. Agora passou a 40%. Um pesadelo para quem vive do turismo naquele que é um dos principais destinos internacionais de férias no sul da Europa.

Em Espanha, apesar do arrefecimento do setor em Portugal e na Grécia, o otimismo ainda se mantém e a estimativa de turistas para este ano até subiu de 42 milhões para 45 milhões, o que representa cerca de 54% dos visitantes registados em 2019.

Outro foco de otimismo para o turismo europeu é o apetite dos americanos, já com o plano de vacinação adiantado, para cruzarem o Atlântico este ano após longos meses privados de viagens.

A companhia United Airlines revelou inclusive que as reservas deste verão para o sul da Europa já excederam os números de 2019.

Um estudo da McKinsey publicado esta semana revela, no entanto, um cenário mais negro que o IPDT e prevê que a total recuperação do turismo apenas aconteça em 2024-2025. Pelo menos, para quem aguentar o negócio até lá.

Outras fontes • IPDT e McKinsey

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