O ministro da Saúde francês disse, esta semana, que o passe pode ser prolongado para além de 15 de novembro, o limite estabelecido por lei, "se a covid não desaparecer da vida dos franceses"
Em França não acabam os protestos contra o passe sanitário. Neste sábado, pela sétima semana consecutiva, dezenas de milhares de pessoas voltaram a encher as ruas de Paris e de cerca de 200 outras cidades francesas, como Rennes,Toulouse Lyon e Nice.
"Este passe é um escândalo", disse Virginie, uma jardineira de 46 anos, em Rennes. "Esta vacina ainda é experimental, penso que não é nada fiável, e ainda mais perigosa do que a covid, que não é pior do que uma grande gripe". afirmou.
Desde 16 de agosto, o passe sanitário tem sido aplicado em muitos centros comerciais. A partir de segunda-feira, será imposta aos empregados nos locais onde é exigido aos clientes. Os funcionários que se recusarem a mostrá-lo podem ter os seus contratos de trabalho suspensos.
"Já fui convocado pela direção, não sei o que vou fazer, porque por um lado sou radicalmente contra ser vacinado, e por outro arrisco-me a perder o meu emprego, tenho uma menina para alimentar", disse Nancy Peschtel, uma educadora especializada num hospital de dia e sujeita a vacinação obrigatória, em Toulouse. "Para mim, colocar-nos nesta situação é uma armadilha insuportável", lamentou.
Na capital, vários grupos começaram a concentração ao início da tarde. Falaram em "liberdade", "resistência" e sobre a "propaganda" dos media e do governo sobre a vacina".
Nas últimas duas semanas, a onda de manifestações registou um claro declínio, mas as autoridades prevêem para este sábado "entre 140 e 180 mil manifestantes" em todo o país.
Questionado sobre os protestos, o ministro da Saúde disse, esta semana, que "a última reticência está a cair perante o sucesso do passe sanitário”. Para Olivier Véran, o passe que deve ser apresentado em bares, restaurantes, transportes de longa distância e hospitais, pode ser prolongado para além de 15 de novembro, o limite estabelecido por lei, "se a covid não desaparecer da vida dos franceses".
Segundo os últimos números do Ministério da Saúde, mais de 48 milhões de franceses (71% da população) receberam pelo menos uma injeção e 42,7 milhões receberam as duas doses das vacinas.
De acordo com as autoridades sanitárias, a epidemia de covid-19 já causou mais de 114 mil mortes em França.