Bolsonaro pede ao Supremo que não entregue "o Brasil" ao "índio"

O presidente brasileiro teme que o Supremo Tribunal Federal entregue "o Brasil" ao "índio", como o próprio afirmou, e pede "bom senso" aos juízes na decisão sobre o processo que terminará com a demarcação de terras indígenas.
Para o Jair Bolsonaro, e para os grande produtores agropecuários brasileiros que ocupam essas terras que pertenceram aos índios, o país tem muito a perder. O chefe de Estado afirmou, hoje, "cada cinco pessoas alimentam-se, no mundo com um prato vindo do Brasil", se a alteração for aprovada, dizia Bolsonaro, em "cada quinze pratos" apenas um virá do seu país.
Quinta-feira a alta instância terminou as audições. O julgamento será retomado na quarta-feira dia oito de setembro. Durante três sessões far-se-à a análise do caso.
Em causa está o chamado "marco temporal", que defende que povos indígenas só podem reivindicar para si a posse de terras nas quais habitassem a 5 de outubro de 1988, dia em que entrou em vigor a atual Constituição brasileira. Não tendo em consideração que muitos deles foram expulsos dos seus territórios com o recurso à força.
Para os povos indígenas há "direitos ancentrais" a ter em consideração e também o facto dessas terras terem sido ocupadas ilegalmente e recorrendo à violência.
Em julgamento está a posse de terras indígenas no município de Ibirama, em Santa Catarina, mas se o Supremo se decidir a favor das tribos deste estado isso poderá abrir precedentes.
Cerca de 6 mil indígenas, de 170 etnias, estão acampados em Brasília há mais de uma semana à espera do desfecho deste processo.