Grupo tenta ganhar confiança dos locais e da comunidade internacional.
Os Talibãs começam a mudar a face do Afeganistão. O grupo insiste já não ser a força brutal que governou o país na década de 90, mas foram dadas ordens para cobrir os murais outrora coloridos e que espalham mensagens de esperança e paz por toda a capital Cabul, com tinta branca e slogans islâmicos.
Mas será preciso muito mais do que apenas frases cativantes para que os Talibãs possam governar. E eles sabem disso. Sabem que terão de ganhar a confiança da comunidade internacional, para obter a ajuda que cobria 30% do orçamento do país e 90% dos salários dos trabalhadores do setor público. Mas talvez o maior desafio seja ganhar a confiança dos locais que, pelo menos por agora, não estão convencidos de uma nova versão dos Talibãs.
Frente a um banco, em Cabul. Os homens foram obrigados a agachar-se para esperar pela sua vez para levantar 20.000 afghani - cerca de 200 dólares norte-americanos (menos de 170 euros) - o limite imposto para o levantamento de dinheiro até que os Talibãs possam aceder às reservas do país atualmente congeladas pelos Estados Unidos.
A tensão era palpável, tal como o medo, devido à repressão e à violência do passado. Um comandante talibã foi questionado se compreendia o medo das pessoas e como é que o grupo planeava abordá-lo.
Qari Karimullah Sajid também garantiu que todos foram perdoados pelos seus "crimes" que incluem trabalhar com os governos anteriores ou com as tropas estrangeiras e prometeu que todos terão um lugar no próximo governo.
Mesmo as mulheres - embora não em posições de topo.
Muitas pessoas estão preocupadas com o quanto os Talibãs terão de apagar, para escreverem o seu Emirado Islâmico. Mas agora que o impensável aconteceu, serão eles a escolher a imagem do Afeganistão.