Berlinenses querem casas a preços acessíveis

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A especulação imobiliária e a chegada à capital alemã de cerca de 350 mil pessoas na última década provocaram uma crise ao nível da habitação.

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A especulação imobiliária e a chegada à capital alemã de cerca de 350 mil pessoas na última década provocaram uma verdadeira crise ao nível da habitação.

Berlim tem três milhões e setencentos mil residentes. Mais de 80% dos berlinenses vivem em casas alugadas. Num protesto recente pelas ruas de Berlim, os manifestantes exigiram o congelamento do valor das rendas em todo o país e a construção de casas acessíveis à população.

"É importante que as pessoas possam viver em Berlim e que não sejam expulsas", "Já é difícil saber quem é o nosso senhorio, pode ser uma empresa alemã ou estrangeira", "O custo da vida está a subir, mas os nossos salários não" foram algumas das frases ouvidas durante o protesto. 

No ano passado, o governo regional quis criar um teto máximo para o valor das rendas, por um período de cinco anos. Mas, o tribunal constitucional declarou que a medida era contrária à constituição, porque a regulamentação do valor das rendas é uma competência do governo federal.

A associação dos inquilinos de Berlim afirma que o mercado imobiliário espelha o fosso crescente entre ricos e pobres. "O problema é que para as famílias com rendimentos abaixo da média os custos da habitação representam 50% ou mais do que ganham", afirmou Rainer Wild, presidente da associação dos inquilinos de Berlim. 

O valor das rendas na capital alemã varia entre cerca de cinco euros e meio por metro quadrado e pelo menos treze euros por metro quadrado para os prédios renovados e as novas construções de luxo. Para quem vive em Berlim é muito difícil alugar casa. Por cada apartamento alugado há uma média de 214 pessoas interessadas.

Estado vendeu habitação aos privados

Para uma grande parte da população a origem da crise da habitação em Berlim é clara. Resulta em grande parte da venda de milhares de apartamentos do Estado às empresas privadas no início dos anos 2000

“É um fenómeno que estamos a tentar parar e inverter, há vários anos, o município recuperou algumas propriedades", afirmou à euronews Wenke Christoph, Secretária de Estado da Habitação de Berlim.

No dia 26 de setembro, os berlinenses poderão participar num referendo polémico sobre a expropriação de cerca de 240 mil casas pertencentes a grandes empresas imobiliárias. O referendo não é vinculativo, mas os participantes esperam pelo menos exercer pressão política sobre os decisores políticos.

No noroeste de Berlim, os residentes estão preocupados. Investidores compraram o terreno onde moram para construir condomínios de luxo. “Queremos continuar a morar aqui. Isso não significa que a construção não deva ser permitida. É preciso construir em Berlim. Mas estamos empenhados em favorecer habitação acessível que promova o desenvolvimento social", afirmou Heinz-Jürgen Korte, residente em Berlim.

O projeto acabou por não sair do papel mas os moradores estão inquietos porque o apetite dos investidores pode voltar.

A falta de habitação a preços acessíveis e o aumento do valor das rendas afeta várias cidades alemãs além da capital. A possibilidade de ter uma casa a um preço acessível estará na mente de muitos eleitores no dia das eleições.

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