Partido no poder na Geórgia vence eleições locais. formação fundada pelo ex-presidente Mikheil Saakashvili é o grande derrotado do escrutínio.
O partido Georgian Dream, atualmente no poder na Geórgia venceu as eleições autárquicas deste domingo. Resta saber se alcançou os 43% de votos que a oposição exige para evitar Legislativas antecipadas para 2022.
Uma sondagem do canal de televisão pró-governamental "Imedi", diz que sim, que conseguiu 47,6% contra 27,1% atribuídos ao principal partido da oposição, o Movimento Nacional Unido (MNU), fundado pelo ex-presidente Mikheil Saakashvili - que foi detido horas depois de publicar um vídeo nas redes sociais onde anunciava o seu regresso ao país. Outra sondagem, realizada para um canal da oposição, dá vitória à formação do primeiro-ministro Irakli Garibashvili mas com uma margem menor entre os dois partidos mais votados, menos de seis por cento e dá ao partido vencedor 38,6 por cento dos votos.
A confirmar-se este segundo cenário o Georgian Dream ficaria aquém da percentagem reivindicada pela oposição e, portanto, teriam de ser convicadas eleições gerais antecipadas para 2022, dois anos antes do previsto.
Mas para o candidato a presidente da câmara de Tbilisi e secretário-geral do partido no poder "as próximas eleições na Geórgia terão lugar em 2024". Kaja Kaladze acredita que a sua formação atingiu o resultado necessário e com ele uma _"_oportunidade única de passar os próximos três anos a desenvolver a economia e a melhorar as condições sociais dos cidadãos".
O Primeiro-ministro georgiano, Irakli Garibashvili, apelou aos seus adversários que "ponhamos fim à polarização" e que a partir de domingo comecem juntos "umaera de desenvolvimento e estabilidade__".
Nestas eleições foram chamados às urnas quase 3,5 milhões de eleitores para eleger 64 presidentes de câmara e 2.068 deputados de 64 assembleias locais. Três horas antes da hora do fim da votação a afluência às urnas tinha atingido os 41,35%.
Crise política na Geórgia
Estas eleições tiveram como pano de fundo uma profunda crise política desencadeada pelas eleições Legislativas de outubro que a oposição considera como fraudulentas e nas quais o Georgian Dream conquistou 90 dos 150 lugares no parlamento.
Em abril foi negociado um acordo com o apoio do Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mas a situação voltou a descontrolar-se em julho e o partido no poder acabou por pôr fim a esse "arranjo". Um pacto que tinha o comprometimento do governo e de parte da oposição mas não da formação do antigo presidente Mikheil Saakashvili, detido após oito anos no exílio.