Primeira edição do prémio atribuído pelo Parlamento Europeu a quem se destaca no jornalismo de investigação arrebatada pelo consórcio "Forbidden Stories"
O Projeto Pegasus venceu a primeira edição do Prémio Daphne Caruana Galizia, atribuído pelo Parlamento Europeu a quem se destaca no jornalismo de investigação e que se traduz num incentivo de 20 mil euros a quem luta diariamente pela verdade.
A reportagem foi assinada pelo "Forbidden Stories", um consórcio com mais de 80 jornalistas, e revelou o uso de um software de ciberespionagem por parte de vários governos para monitorizar os telemóveis de 50 mil pessoas, entre jornalistas, ativistas e vozes críticas a regimes autoritários.
Laurent Richard foi um dos jornalista envolvidos no projeto e sublinha que é "a impunidade que está a matar jornalistas", uma vez que "se olharmos para os jornalistas assassinados, vemos que a maior parte das vezes estavam a trabalhar no mesmo tipo de reportagem que a Daphne: corrupção, lavagem de dinheiro, violações dos direitos humanos ou crimes ambientais". Sublinha que a única forma de combater a situação atual é unindo esforços na investigação destes temas sensíveis.
O prémio homenageia também Daphne Caruana Galizia, jornalista maltesa assassinada em 2017. Os filhos estiveram presentes na cerimónia. Matthew Caruana Galizia disse que esperava que o prémio servisse para "encorajar os esforços de quem se dedica não só a dar sequência ao trabalho" iniciado pela mãe, mas a "investigar a corrupção e o crime organizado na Europa".