2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão. o ACNUR estima que mais dois milhões de pessoas estão deslocadas dentro do país
A guerra já obrigou 2,5 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia.
As saídas fazem-se em direção a todos os países fronteiriços da Ucrânia, mas a Polónia é, de longe, o país que tem recebido mais refugiados - mais de um milhão e meio.
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, escreveu no twitter:
"O número de refugiados da Ucrânia - tragicamente - atingiu hoje 2,5 milhões. Estimamos também que cerca de dois milhões de pessoas estão deslocadas dentro da Ucrânia. Milhões forçados a abandonar as suas casas por esta guerra sem sentido".
Ania Lievchenko veio de Kiev até à fronteira de Przemysl e conta: "Eles começaram a bombardear Kiev com muita força e nós escapámos. Levámos muito poucas coisas e fugimos, porque estávamos muito assustados".
Ola Altohova, fugiu de Zaporizhzhia, mas tem esperança de voltar à Ucrânia:
"O que se segue? Não sabemos, confiamos em Deus, o que vai acontecer a seguir, não sabemos. Vamos esperar, claro que queremos (voltar) a casa, à Ucrânia, à Ucrânia pacífica".
À Alemanha chegaram até agora 110 mil refugiados. 99 mil são ucranianos - mulheres crianças e idosos - os outros são cidadãos estrangeiros que se encontravam na Ucrânia no início da guerra.
A presidente da câmara de Berlim, Franziska Giffey, diz que com a nova dimensão da situação, vão ser instalados mais cinco abrigos regulares nos próximos dias, e está a ser preparado o alojamento em Tegel para 3.000 pessoas e também um centro de chegada e distribuição. "
Mesmo países da região que não têm fronteira com a Ucrânia estão sob pressão. A Chéquia tem uma estimativa de 200.000 refugiados, muitos deles em Praga. À medida que a capital fica sem opções de alojamento, a Câmara Municipal começou a preparar alojamento temporário.
Entretanto, o governo nacional apelou aos cidadãos checos para alojarem refugiados nas suas próprias casas, prometendo que iria encontrar uma forma de os compensar.
A Polónia já deu um passo semelhante, com o parlamento a aprovar uma lei que oferece às pessoas 40 zlotys, cerca de 8,5 euros por dia por cada refugiado a quem dão abrigo. Faz parte de um novo pacote legislativo que também oferece alguma ajuda financeira e seguro de saúde aos ucranianos.
Quem já regressou a casa foram os estudantes indianos que escaparam aos bombardeamentos russos na cidade de Sumy. Viajaram em voos fretados pelo governo e foram recebidos pela família com enorme emoção.
Face à pressão das famílias, o governo da Índia já repatriou 23 mil pessoas, na maioria estudantes, a partir de aeroportos de países vizinhos da Ucrânia.