Aliança Atlântica apela a recuo das tensões nos Balcãs

Secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, recebe o presidente sérvio Aleksandar Vucic
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No mês passado as tensões entre a Sérvia e o Kosovo subiram depois do governo kosovar ter declarado que os documentos de identidade sérvios e as matrículas dos veículos deixariam de ser válidos em território do Kosovo

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O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, apelou esta quarta-feira à Sérvia e ao Kosovo para diminuírem as tensões nos Balcãs.

Stoltenberg recordou ainda que a missão de manutenção de paz na região, KFOR, está pronta a intervir caso necessário.

"Embora a situação no terreno tenha melhorado, é da responsabilidade de todas as partes, particularmente dos funcionários de Belgrado e Pristina, evitar uma nova escalada. Apelo a todas as partes para que deem mostras de contenção e evitem a violência (...) Caso a estabilidade seja colocada em causa, a KFOR está pronta a intervir e tomará todas as medidas necessárias para garantir um ambiente seguro e a liberdade de circulação para toda a população do Kosovo" afirmou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, durante o encontro em Bruxelas. 

No final do mês passado, as tensões entre a Sérvia e o Kosovo subiram quando o governo Kosovar declarou que os documentos de identidade sérvios e as matrículas dos veículos deixariam de ser válidos em território do Kosovo. A minoria sérvia no norte do Kosovo reagiu nas ruas.

"Não esperem que os sérvios digam como se sentem bem. Há uma nova geração de crianças, jovens do norte do Kosovo e do Kosovo em geral que não vão aguentar (...) Eles não veem o Kosovo como um país independente, como 22 dos 27 países membros da UE veem, mas como um território da Sérvia", sublinhou o Presidente sérvio Aleksandar Vucic.

O chefe da Aliança Atlântica reuniu-se igualmente em separado com o primeiro-ministro do Kosovo.

"Por um lado, temos o Estado democrático do Kosovo. Temos a polícia profissional da nossa república. E por outro lado, existem estruturas ilegais da Sérvia que foram transformadas em bandos criminosos que ergueram barricadas. E, neste sentido, podemos dizer que existem dois lados, mas nunca devemos perder o centro moral", disse o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti.

Funcionários russos, muito ativos na Sérvia, juntaram-se rapidamente à narrativa pró-sérvia, afirmando que a minoria sérvia no Kosovo está a ser oprimida e sujeita à violência por parte de albaneses de etnia maioritária - a mesma narrativa usada como desculpa por Moscovo para invadir a Ucrânia.

Para quinta-feira está previsto um encontro tripartido entre os líderes sérvio e kosovar presidido pelo Alto representante diplomático da União Europeia, Josep Borrell.

A Sérvia, a Rússia e a China não reconhecem a independência do Kosovo, que é apoiada pelos Estados Unidos e pela maioria dos outros Estados ocidentais.

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