Voto da juventude será decisivo

Jovens angolanos
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De  João Peseiro Monteiro  & Sara Saka

O voto da juventude será decisivo no dia 24 de agosto. Muitos jovens angolanos vão às urnas com a esperança na ponta do dedo. Mas há também quem esteja desiludido com a utilização que foi dada ao seu voto no passado.

Em Angola mais de metade da população tem menos de 30 anos. Muitos eleitores nasceram depois do final guerra em 2002.

O barbeiro Honorato Francisco vai votar pela primeira vez e manifesta esperança de que o seu voto possa contribuir para uma Angola melhor:

“A expectativa é sempre melhoria, queremos o diferente, que tivemos nos anos anteriores. Essa é a minha expectativa é que a gente, não só como eu, todos nós queremos a melhoria. Confiar num ou no outro (partido) é extremamente complicado. Quem merecer, que faça a sua diferença.”

Ainda que muitos estejam ansiosos por votar, há quem partilhe sentimentos diferentes. É o caso do empreendedor e estudante Sebastião Florentino:

“Já votei outras vezes, mas encontro-me numa fase desiludida, então penso que desta vez não votarei, não. Todos os anos tem sido a mesma coisa. Os que votam e os que não votam, dá tudo na mesma. Os resultados nunca são apresentados de forma transparente. Então sinto que, votando ou não é indiferente. Para mim, a maior satisfação é que o estado actual, o estado futuro resolva simplesmente os problemas sociais, para mim quem estará a governar não é o mais importante.”

Já o empresário e artista Lord Nilo defende a importância do voto, que considera um exercício de cidadania.

"A abstinência de voto não é uma mais-valia nesta fase em que a juventude, principalmente, é convidada a participar na mudança, seja qual for, mudança social, mudança política. É importante que cada um de nós tenha consciência que o país é de todos nós, todos nós exercemos o poder sobre o Estado. No fundo, **o Estado somos nós!**”

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística de Angola, numa nota publicada em Julho de 2022, a população com menos de 25 anos ronda os 21,5 milhões (65% do total).

Nas eleições gerais de 24 agosto concorrem oito forças políticas. Pouco mais de 14 milhões de eleitores estão inscritos para um sufrágio que elege os 230 deputados da assembleia nacional. O cabeça de lista do partido mais votado é eleito presidente da república.

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