Cidadãos britânicos dão opinião sobre resposta de Truss

Liz Truss, atualmente apontada como a favorita à sucessão de Boris Johson, no governo do Reino Unido, foi questionada se "Macron é amigo ou inimigo".
Truss, do Partido Conservador, deixou a questão em aberto, mas garantiu que vai "julgá-lo pelos actos e não pelas palavras".
Será que este episódio é o pronuncio de que a rivalidade histórica entre França e o Reino Unido está de volta?
Aqui, no coração do partido Conservador, na cidade de Royal Tunbridge Wells, no sul de Inglaterra, muitos conservadores votaram sim ao Brexit e olham para França como vilã depois disso.
Anne Andrews, apoiante do partido Conservador, disse que "os franceses fazem aquilo que querem fazer”. Questionada sobre se Liz Truss está certa em dizer que tem dúvidas sobre Macron, ela diz que sim, que acha que é correto.
Já Jamie Amies, membro do Partido Conservador, considera que Truss tem razão porque, ao ler a imprensa nos últimos meses, não consegue ver que Macron seja efetivamente um amigo, especialmente após o Brexit, devido aos ataques constantes.
Por seu turno, Jill Brailey, também membro do partido, defende que "Macron tem de fazer o melhor por França, tal como os britânicos fazem pelo Reino Unido" e considera que Truss tem o direito de dar a sua opinião sobre o tema.
Mas, será que esta retórica é susceptível de causar mais danos entre o Reino Unido, a União Europeia e a França?
David Henig, diretor do centro europeu para a política e economia internacional, defendeu que não se trata de um julgamento sensato "classificar os vizinhos mais próximos como amigos ou inimigos". Depois, realçou que a candidata conservadora não tinha verdadeiramente intenção de dizê-lo.
O especialista em política acrescentou depois que existe "uma certa piada britânica em torno deste episódio", o que torna mais difícil a interpretação desta situação, da política e das relações internacionais inerentes.
Entretanto, muitos questionam-se sobre o tipo de abordagem que Liz Truss vai adoptar em relação à Europa, no caso de ser eleita a próxima-primeira ministra do Reino Unido. Esta é uma dúvida que só poderá ser esclarecida após as eleições que têm lugar em setembro.