O resultado das eleições no Brasil pode influenciar a ratificação do acordo comercial entre a União Europeia e a Mercosul. Questão ambiental está a travar processo.
As eleições no Brasil podem ter consequências na implementação do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
Em 2019 os dois blocos assinaram um compromisso comercial tido, na altura, como maior do mundo.
O Mercosul é a quinta maior economia mundial fora da UE, com uma produção anual de 2,2 biliões de euros, e uma população de 260 milhões de pessoas
O conjunto europeu exporta anualmente 45 mil milhões de euros em bens e 23 mil milhões de euros em serviços para o bloco económico da América do Sul.
Para entrar em vigor é preciso que todos os estados membros ratifiquem o acordo. O que ainda não aconteceu.
Pressionada por Paris, Bruxelas quer agora garantias de que a floresta amazónica não será destruída a favor da expansão dos produtores de cereais e gado da América do Sul.
"O governo Macron tem uma posição legítima contra o acordo, em teoria devido a questões ambientais, pelo que estão a ser negociados compromissos ambientais adicionais, mas...
... neste momento os argumentos agrícolas não foram postos em cima da mesa, nem sequer por França, para impedir o início do processo de ratificação" – explica Jordi Cañas, deputado europeu eleito por Espanha.
Os números do desflorestamento no Brasil aumentaram desde a eleição de Jair Bolsonaro, assim como os cortes orçamentais nas agências federais ligadas ao ambiente.
Duas situações que acabam por estar ligadas, como explica o professor Anthony Pereira, do Kimberly Green Latin American and Caribbean Centre na Florida International University.
"Há uma redução muito significativa na taxa de desflorestação entre 2004 e 2012, que diminuiu cerca de 80%, o que mostra que...
O acordo com o Mercosul fixa metas ambientais a todos os signatários. Muitos países da União Europeia, por exemplo, ainda estão longe dos objetivos em matéria de emissões de dióxido de carbono.