Alemanha já tem planos para travar o impacto dos preços do gás

A Alemanha vai implementar um plano faseado para travar o impacto dos preços do gás nos orçamentos das famílias e das empresas.
A proposta é de uma comissão de peritos que o governo mandatou para encontrar soluções e deverá começar a ser aplicada na indústria em janeiro de 2023.
As empresas passam a pagar um preço fixo de 7 cêntimos por kWh, até ao limite de 70% do consumo que registaram em 2021. Sós os restantes 30% serão pagos aos preços atuais do mercado.
Para as famílias e pequenas e médias empresas o modelo será aplicado entre março de 2023 e abril de 2024, numa base de 12 cêntimos por KWh, até 80% do consumo de 2021.
Para compensar os meses que faltam até março, cada consumidor recebe um pagamento no montante equivalente à fatura de setembro de 2022.
A vantagem do modelo é que baixa os custos e incentiva à poupança de gás, e outras fontes de energia.
"A Alemanha precisa de poupar cerca de 20% do que gasta para evitar a escassez de abastecimento de gás este inverno", diz Veronika Grimm, membro da comissão de peritos.
O plano para travar o impacto dos preços do gás integra-se no pacote de 200 mil milhões de euros que o governo federal alemão vai disponibilizar para ajudar as famílias e as empresas.
Esta "bazuca" energética anunciada por Berlim tem suscitado críticas por parte dos parceiros europeus, que denunciam falta de solidariedade.
A maior economia da Europa foi duramente atingida pela crise energética que afeta o continente, uma vez que a Rússia reduziu drasticamente o fornecimento de gás, do qual a Alemanha dependia fortemente.