Odessa e Dnipro entre os alvos da Rússia. Ataques de terça-feira terão deixado milhões de ucranianos sem eletricidade. Kremlin mantém que os alvos de Moscovo são apenas militares.
Uma nova vaga de bombardeamentos russos voltou a atingir a Ucrânia, esta quinta-feira. Pela primeira vez em semanas, os ataques tiveram como alvos a região de Odessa, no sul do país, e a cidade de Dnipro. Por todo o território, soaram sirenes de alerta para ataques aéreos.
Os bombardeamentos desta manhã ocorreram com as explosões de terça-feira ainda frescos na memória dos ucranianos. Lviv lida agora com os destroços, depois de terem sido atingidas áreas civis e várias infraestruturas energéticas, mergulhando a cidade na escuridão.
De acordo com o governador local, 95% do fornecimento foi restabelecido, mas os apagões programados continuam em vigor, deixando mais de dois terços dos moradores (70%) sem eletricidade.
O dia trouxe luz às ruas, mas os habitantes ainda lidam com o susto das explosões. Ludmyla tem dois filhos e recorda ainda com apreensão o dia dos bombardeamentos.
"Ouvimos as duas explosões. A primeira aconteceu quando estávamos num abrigo e eu agarrei os meus filhos. A segunda explosão foi muito grande. A casa tremeu. Estava preocupada com isto poder estar a acontecer no nosso quintal, porque podíamos ouvir as explosões", conta.
Kiev classifica a ofensiva como a pior vaga de ataques de mísseis em nove meses de guerra.
Na capital, o bombardeamento matou pelo menos uma pessoa e deixou milhares de casas sem eletricidade. Duas centrais nucleares ucranianas foram também desativadas. No seu vídeo noturno, o presidente Volodymyr Zelenskyy escusou-se a revelar quais, mas fala em milhões de ucranianos sem acesso a energia em todo o país.
Com o inverno à porta, *a probabilidade de uma vitória militar ucraniana" é reduzida, admite o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA. De acordo com o general Mark Milley, é improvável que a Ucrânia recupere, "em breve", todo o território ocupado, incluindo a Crimeia.
Acusada de querer congelar a Ucrânia, a Rússia diz manter a mesma estratégia desde o início da intervenção. O ministério russo da Defesa recusa comentar os ataques a infraestruturas energéticas. De acordo com o Kremlin,"os objetivos não foram alterados e as instalações - direta ou indiretamente associadas às infraestruturas militares têm sido o alvo", afirmou o ministro da Defesa russo, Dmitry Peskov.