Relatório da Amnistia Internacional publicado hoje sublinha deterioração das liberdades
A liberdade de expressão e associação estão, mais do que nunca, ameaçadas na Rússia. A conclusão é da ONG Amnistia Internacional, num relatório publicado esta quinta-feira intitulado "Vais ser forçosamente detido: represálias contra observadores e jornalistas que relatam as manifestações".
A organização diz que a situação piorou com o regresso de Vladimir Putin à chefia de Estado em 2012 e que tem continuado a deteriorar-se, sobretudo a partir do envenenamento e detenção do líder da oposição Alexei Navalny, em 2020.
Natalia Prilutskaya, investigadora da Amnistia Internacional:"Navalny era visto pelo Kremlin como um indivíduo perigoso para eles, que podia levar ao descontentamento e protestos que desafiariam as políticas, práticas e leis do governo. Daí o interesse em, essencialmente, isolá-lo."
Desde o início da invasão da Ucrânia, o controlo da informação tem sido essencial para o regime russo. A Amnistia Internacional diz que a exclusão de meios de comunicação independentes e observadores dos direitos humanos significa que o Kremlin pode controlar, na Rússia, a narrativa da guerra.
Natalia Prilutskaya defende que é essencial condenar as ações de Putin:
"Se a comunidade internacional se mantiver em silêncio, isso reforça a repressão e torna possível cristalizar a espécie de suposto 'consenso' na sociedade de que Putin e o seu governo tanto se gabam."
A ONG destaca que, apesar da crescente repressão e riscos, jornalistas e ativistas dos direitos humanos continuam a lutar pelo sonho de uma informação livre e equilibrada na sociedade russa.