Caso de corrupção que provocou a detenção da eurodeputada grega Eva Kaili leva Presidente do Parlamento Europeu a pôr em marcha uma revolução para evitar novos escândalos
Roberta Metsola está pronta a revirar de alto a baixo o Parlamento Europeu para evitar que outro escândalo de corrupção possa ocorrer como aquele que está em investigação e que já provocou a destituição da eurodeputada grega Eva Kailia da vice-presidência da instituição.
A presidente do Parlamento Europeu anunciou reformas profundas a implementar nos próximos meses para promover a transparência e evitar a influência ou lóbis de países terceiros entre os 27.
"A confiança que levou anos a construir, mas apenas momentos a destruir, vai ter de ser reconstruida e o trabalho começa agora. Temos de corrigir os erros e temos de enviar uma mensagem forte àqueles agentes externos que tentam minar-nos de que não nos vamos vergar. E que vamos mantermo-nos fiéis aos nossos valores, ao Estado de Direito, à justiça e à lei", afirmou Roberta Metsola.
Além da grega Eva Kaili, foram também detidos no âmbito deste "QatarGate" o namorado da eurodeputada socialista, Francesco Giorgi e o antigo eurodeputado italiano Antonio Panzeri, tido como o cérebro do esquema agora desfeito.
Também a organização não governamental No Peace Without Justice, implicada no caso, viu a atividade suspensa e o líder da ONG, Nicollo-Figa Talamanca, também italiano, saiu em liberdade, mas com pulseira eletrónica.
A Procuradoria Federal belga apreendeu mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro, que terá sido usado para comprar influência dentro do Parlamento Europeu em benefício de países como o Qatar ou Marrocos.
Há um pedido da Procuradoria europeia para o levantamento da imunidade da eurodeputada grega, que é agora também alvo de uma outra investigação por corrupção na Grécia.
Eva Kaili tem previsto apresentar-se num tribunal belga na próxima quinta-feira (22 de dezembro).