Irão não terá "misericórdia" com os opositores

Ebrahim Raisi
Ebrahim Raisi Direitos de autor Vahid Salemi/Copyright 2022 The AP
De  Euronews com AFP
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Presidente Raisi culpou "inimigos da nação" pelos protestos em massa contra o governo

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O Presidente do Irão garantiu esta terça-feira que o país não terá " misericórdia" com os opositores "hostis" da república islâmica. Durante um funeral organizado pelo Estado para homenagear 400 pessoas que foram mortas durante a guerra com o Iraque, na década de 1980, Ebrahim Raisi culpou os "inimigos da nação" pelos protestos em massa contra o governo.

Os protestos, que duram há mais de 100 dias, foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, a iraniana curda de 22 anos, detida por causa uma alegada violação do código de vestuário das mulheres.

Na segunda-feira, o antigo jogador de futebol Ali Daei, que apoiou os protestos depois da morte de Amini, acusou as autoridades iranianas de desviar um voo para impedir que a sua mulher e filha viajassem para o Dubai. Os meios de comunicação oficiais iranianos confirmaram que a família de Daei foi proibida de deixar o Irão por causa da "associação" com grupos antigovernamentais.

Teerão executou até agora duas pessoas por causa das manifestações.

Suicídio em Lyon

Um homem iraniano suicidou-se ontem em Lyon para chamar a atenção para a repressão "violenta" dos protestos anti-governamentais no seu país. O homem de 38 anos atirou-se para o rio Rhone e foi encontrado afogado.  

Segundo vários membros da comunidade iraniana, Mohammad Moradi era um estudante de História e trabalhava num restaurante. Viveu em Lyon com a mulher durante três anos.

Antes de se suicidar divulgou um vídeo nas redes sociais. "A polícia está a atacar pessoas, perdemos muitos filhos e filhas, temos de fazer algo", diz o homem com voz calma. "Decidi cometer suicídio no rio Rhone, é um desafio mostrar que nós, o povo iraniano, estamos muito cansados desta situação", diz ele. "Quando virem este vídeo, estarei morto", continuou, antes de apelar ao apoio do povo iraniano na sua luta contra "a polícia e o governo extremamente violentos".

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