No parlamento checo instalou-se a polémica sobre o aumento das pensões indexado à inflação. O governo quer impedir a aplicação da lei em vigor
No parlamento checo está instalada a polémica, por causa do aumento das pensões com base na inflação.
De acordo com a lei, os reformados devem passar a receber mais uma média de 1770 coroas, ou seja, um aumento de cerca de 74 euros mensais.
O governo quer reduzi-lo para 760 coroas - ou seja, 32 euros e poupar 20 milhões de coroas, o equivalente a 8,3 milhões de euros, no orçamento do Estado.
O ministro das Finanças, Zbynek Stanjura, justifica a posição do governo: "Se admitirmos que as nossas finanças públicas não estão em boa forma, e o governo admite, temos simplesmente de dar este passo".
Os cidadãos idosos não estão a gostar das restrições. Jana Ourednickova, presidente da "República Checa dos Seniores" afirma: "Esta proposta evoca-me que não vai ajudar os seniores que dela necessitam, que é injusta. Se quisermos poupar dinheiro, todos devemos poupar, e os seniores devem fazê-lo em último lugar".
A lei terá de ser aprovada até 21 de março ou o governo terá de pagar a totalidade das pensões com o aumento. Daí a obstrução no parlamento e os ataques violentos da oposição.
O presidente do SPD, Tomio Okamura, acusa o governo: "Dezenas de biliões de coroas para indexação das pensões podem ser encontradas muito rapidamente, limitando as compras militares a preços excessivos ao estrangeiro, os pagamentos à União Europeia ou à Ucrânia. Gostaria de sublinhar aqui que o governo enviou 40 mil milhões em armas para a Ucrânia e outros 10 mil milhões para os ucranianos que vivem na Chéquia. 50 mil milhões para a Ucrânia, mas 19 mil milhões para os pensionistas checos?".
"Estes argumentos estão também a unir os esquerdistas dos "Desafetados 2023" com os comunistas nas suas fileiras, que falam nas suas reuniões mais sobre a limitação do apoio e do fornecimento de armas à Ucrânia do que sobre as pensões", reporta o jornalista da Euronews, Jiri Skacel.