Rússia vai colocar armas nucleares táticas na Bielorrússia

Alexander Lukashenko e Vladimir Putin
Alexander Lukashenko e Vladimir Putin Direitos de autor Vladimir Astapkovich, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
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Vladimir Putin disse numa entrevista este sábado que vai colocar armas nucleares táticas na Bielorrússia, como os EUA fazem em vários países europeus

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O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou no sábado planos para a instalação de armas nucleares táticas na vizinha Bielorrússia, um aviso para o ocidente que intensifica o apoio militar à Ucrânia.

Putin argumentou que, ao utilizar as suas armas nucleares táticas na Bielorrússia, a Rússia estará a seguir o exemplo dos Estados Unidos, que têm armas nucleares baseadas na Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia.

"Estamos a fazer o que eles têm vindo a fazer há décadas, estacionando-as em certos países aliados, preparando as plataformas de lançamento e treinando as suas tripulações. Vamos fazer a mesma coisa", disse Putin, numa entrevista na televisão estatal que foi transmitida no sábado à noite.

O presidente russo não disse quantas armas nucleares a Rússia iria manter na Bielorrússia. O governo norte-americano acredita que a Rússia tem cerca de 2.000 armas nucleares táticas, que incluem bombas que podem ser transportadas por aviões táticos, ogivas para mísseis de curto alcance e munições de artilharia.

Washington não vê razões para mudar de estratégia. A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, afirmou: "Não vemos qualquer razão para ajustar a nossa própria postura nuclear estratégica nem quaisquer indicações de que a Rússia se esteja a preparar para utilizar uma arma nuclear. Continuamos empenhados na defesa coletiva da aliança da NATO".

As armas nucleares táticas destinam-se a ser utilizadas no campo de batalha e têm um curto alcance e um baixo rendimento em comparação com ogivas nucleares muito mais potentes equipadas com mísseis de longo alcance.

Um sinal forte ao ocidente

A Rússia planeia manter o controlo sobre as armas que envia para a Bielorrússia, e a construção de instalações de armazenamento para as mesmas estará concluída até 1 de julho, segundo Putin.

Moscovo armazenou as suas armas nucleares táticas em depósitos dedicados no seu território, e a transferência de parte do arsenal para uma instalação de armazenamento na Bielorrússia faria subir a fasquia no conflito ucraniano, colocando-os mais perto dos aviões e mísseis russos já ali estacionados.

Alguns falcões na Rússia há muito que exortam o Kremlin a colocar as armas nucleares táticas em prontidão para enviar um sinal forte ao ocidente.

A Bielorrússia, o Cazaquistão e a Ucrânia tinham armas nucleares soviéticas estacionadas no seu território, mas entregaram-nas à Rússia após o colapso da União Soviética, em 1991.

Putin disse que o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, há muito que pede para voltar a ter armas nucleares no seu país. A Bielorrússia partilha fronteiras com três membros da NATO - Letónia, Lituânia e Polónia.

A líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, que vive no exílio, disse que o acordo para transferir as armas nucleares tácticas para a Bielorrússia "sublinha a ameaça à segurança regional" do regime de Lukashenko.

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