Donald Trump acusado de violação em tribunal denuncia perseguição política

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Donald Trump Direitos de autor Seth Wenig/AP
De  Francisco Marques
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Antigo presidente dos Estados Unidos e recandidato em 2024 é acusado de ataque sexual em 1996 a uma jornalista. Os advogados apresentaram os primeiros argumentos

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Começou esta terça-feira nos Estados Unidos um novo processo legal contra Donald Trump. Este tendo por base uma acusação de violação há quase 30 anos de uma jornalista pelo antigo presidente dos Estado Unidos e assumido recandidato para 2024.

Trump, de 76 anos, não deverá comparecer nesta primeira sessão, mas a queixosa, a jornalista E. Jean Carrol, de 79, assistiu à seleção do júri, três mulheres e seis homens, no Tribunal Federal de Manhattan, e ouviu as primeiras alegações pelas equipas de advogados.

Sendo uma violação, trata-se um processo civil e não criminal, por isso não existe ameaça de prisão contra o ex-presidente, atualmente visado em diversos processos legais, nomeadamente pelo suposto pagamento indevido, durante a campanha eleitoral de 2016, pelo silêncio de uma atriz de filmes pornográficos sobre um alegado relacionamento que ambos teriam mantido anos antes.

Este novo processo tem por base a alegada violação em 1996 de E. Jean Carrol, uma colunista da revista Elle, que alega ter sido sexualmente atacada por Trump no vestuário de uma loja de luxo, o que o magnata nega ter acontecido e reclama inclusive ter sido inventado a troco de fama.

O advogado do ex-presidente defendeu perante o júri de que a queixa da jornalista faz parte de uma conspiração com outras mulheres para lançarem falsas acusações de pretensas violações porque elas o "odeiam" por ter ganho as presidenciais em 2016.

Joseph Tacopina assegura que as motivações de Carrol são políticas, mas também escrever um livro e promove-lo, chamando a atenção do público.

Os jurados ouviram do outro lado, que Jean Carrol está a processar Trump por agressão e difamação para que a jornalista "possa limpar o nome, procurar justiça e recuperar a sua vida" após os alegados acontecimentos.

Shawn Crowly, a advogada, contou que Trump encontrou Carrol na entrada da loja Bergdorf Goodman, pediu-lhe ajuda para comprar um presente para um amigo e acabou por leva-la para um vestuário da loja, onde a atacou, batendo a cabeça da vítima contra a parede e imobilizando-lhes os braços com um mão antes de baixar as calças e enfiar os dedos na vagina de Carrol.

“Ele tirou a mão e forçou o pénis dentro dela”, disse ainda a advogada aos jurados, que não foram identificados, mas têm idades entre os 26 e os 66 anos, e profissões como porteiro, fisioterapeuta ou segurança.

O magnata, antigo presidente e assumido recandidato incorre no pagamento de uma indemnização à queixosa, que, no entanto, não terá facilidade em provar o ataque devido à falta de testemunhas.

Carrol terá arrolado apenas duas outras mulheres como testemunhas, a quem simplesmente terá contado o sucedido.

Jean Carrol é uma das mais de 20 mulheres que acusaram Trump de má conduta sexual desde a década de 70 e este é mais um caso a ameaçar a campanha presidencial que o magnata pretende liderar no próximo ano para recuperar a Casa Branca para os Republicanos.

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