Grande parte das colheitas de Emilia-Romagna está perdida. Região é responsável por um décimo da produção nacional de frutas e legumes. Presidente da Comissão Europeia vai visitar a região.
Claudio Caroli é agricultor há mais de 40 anos na região de Emilia-Romagna. Nas mãos, tinha a gestão de 600 hectares de terra que, todos os anos, geravam cerca de 2 milhões de euros. Com as cheias em Itália, perdeu quase tudo.
Os estragos estão a ser avaliados. Mas, para já, é certo que além das perdas, recomeçar o negócio também terá custos.
"Isto representa cerca de 800 mil euros de perdas com a colheita deste ano. E depois temos de calcular todos os prejuízos que vamos ter nos próximos anos para conseguirmos voltar a ter colheitas", revela.
O governo italiano anunciou, esta terça-feira, um plano de emergência de 2 mil milhões de euros, mas Claudio teme não ter dinheiro suficiente num futuro próximo para pagar as dívidas.
"Temos de pagar aos nossos empregados e fornecedores... é impossível. O dinheiro terá de vir de algum lado, se quiserem que nos mantenhamos de pé. Mas, de momento, não sei como, nem de onde virá".
A região é responsável por 10% da produção nacional de frutas e legumes. Mas as fortes chuvas deixaram as plantações debaixo de água e pouco pode ser feito para as salvar.
Os danos mais graves foram registados nas vinhas, onde, de acordo com o produtor "são precisos três anos para chegar à fase de produção". Claudio lembra ainda que que os custos de manutenção numa base anual vão manter-se, mas sem que seja possível "fazer a colheita nos próximos 3 anos".
Serão necessários dias para que os níveis de água baixem, mas o setor poderá demorar anos até se restabelecer.
Depois de o executivo ter anunciado um pacote de ajudas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai estar esta quinta-feira na região para "expressar o apoio da União Europeia".